CICLO
Dois Dias para António da Cunha Telles


A Cinemateca presta homenagem a António da Cunha Telles, falecido no passado mês de novembro, com um programa que evoca o seu papel incontornável no cinema português desde o início da sua carreira na década de 1960. Com múltiplas frentes de atividade como produtor, realizador, distribuidor e exibidor, tal como foi justamente assinalado no programa da extensa retrospetiva que a Cinemateca lhe dedicou em 2014 e no catálogo que a complementou, Cunha Telles foi possivelmente o principal responsável pela eclosão do Cinema Novo português dado o papel que teve na produção dos primeiros filmes do movimento. Só por isso, o seu lugar central na história do cinema português estaria sempre assegurado, mas o seu legado está também ligado aos filmes que realizou e aos que fez conhecer em Portugal. Esta homenagem recupera dois dos seus filmes como realizador que mais estimava – MEUS AMIGOS, de 1974, que se demarcava do anterior O CERCO por um certo tom de pessimismo geracional, onde se põem à prova os limites da ficção, e CONTINUAR A VIVER ou OS ÍNDIOS DA MEIA-PRAIA, de 1976, a sua única longa-metragem documental, um trabalho que se desvia da efervescência panfletária da altura – e um dos filmes que estreou como distribuidor, L’ATALANTE de Jean Vigo (que Cunha Telles estreou em 1973 juntamente com as curtas do realizador francês), e ao qual dedicava uma particularmente intensa paixão cinéfila
 
18/01/2023, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Dois Dias para António da Cunha Telles

L’Atalante
O Atalante
de Jean Vigo
França, 1934 - 89 min
 
18/01/2023, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Dois Dias para António da Cunha Telles

Meus Amigos
de António da Cunha Telles
Portugal, 1974 - 144 min | M/12
19/01/2023, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Dois Dias para António da Cunha Telles

Continuar a Viver – Os Índios da Meia Praia
de António da Cunha Telles
Portugal, 1976 - 108 min
18/01/2023, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Dois Dias para António da Cunha Telles
L’Atalante
O Atalante
de Jean Vigo
com Jean Dasté, Dita Parlo, Michel Simon
França, 1934 - 89 min
legendado eletronicamente em português | M/12
sessão com apresentação
A única longa-metragem de Jean Vigo. Um filme libérrimo, que rematou todas as buscas estéticas do cinema francês de começos da década de trinta, segundo palavras de Henri Langlois, no qual Jean Dasté, Dita Parlo e Michel Simon conquistam a eternidade cinematográfica. Doente, Vigo não pôde controlar a montagem e o filme foi massacrado pela Gaumont, intitulado LE CHALAND QUI PASSE e retirado de cartaz ao cabo de duas semanas. Um restauro feito nos anos noventa foi muito criticado. L’ATALANTE é apresentado, na versão restaurada em 2017 (em digital), a mais fiel às intenções do cineasta. Um dos “filmes da vida” de António da Cunha Telles

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18/01/2023, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Dois Dias para António da Cunha Telles
Meus Amigos
de António da Cunha Telles
com Manuel Madeira, Teresa Motta, António Modesto Navarro, José Vaz Pereira, Maria Otília, Lia Gama, Manuela Maria, Henrique Espírito Santo
Portugal, 1974 - 144 min | M/12
Segunda longa-metragem de António da Cunha Telles (realização e argumento), MEUS AMIGOS é de 1974 (estreou a 11 de março, sendo portanto um filme “pré-abril”) e retrata as lutas estudantis no cenário universitário e lisboeta de 1962. “Filmado em registo de semi-improvisação, com não atores e atores profissionais em começo de carreira, MEUS AMIGOS mantém os traços de uma peça indissociável do momento histórico em que emergiu, nele incluídas as influências cinematográficas que o filme parece reivindicar enquanto desejo de contemporaneidade” (Maria João Madeira). Dirigida por Henrique Espírito Santo, a produção é do Centro Português de Cinema, da Tobis e da Animatógrafo. A fotografia é de Acácio de Almeida, o texto do genérico, de Irene Lisboa.

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19/01/2023, 19h30 | Sala Luís de Pina
Dois Dias para António da Cunha Telles
Continuar a Viver – Os Índios da Meia Praia
de António da Cunha Telles
com José Veloso, José Romão/Foinhas, Fernando Romão, pescadores da Meia Praia
Portugal, 1976 - 108 min
Cunha Telles filmou a experiência levada a cabo após o 25 de abril de 1974 na comunidade piscatória da Meia Praia, em Lagos: entre 74 e 76 foi ensaiado um projeto que implicou a substituição das casas tradicionais por moradias de pedra e a tentativa de criação de uma cooperativa de pesca. OS ÍNDIOS DA MEIA PRAIA conta com a célebre e lindíssima canção de Zeca Afonso com o mesmo título.

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