26/09/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
1917 no Ecrã I
Vosrachtchenié Maxima
“O Regresso de Máximo”
de Grigori Kozintsev, Illya Trauberg
com Boris Chirkov, Valentina Kibardina, Aleksandre Kuznetsov, Aleksandr Chistyakov
URSS, 1937 - 105 min
legendado eletronicamente em português | M/12
A ação passa-se em 1914, no início da Grande Guerra. Maxim, “que se tornou um bolchevista plenamente formado” (Jay Leyda), e os seus camaradas organizam greves e participam em grandes manifestações contra a guerra, enfrentando a polícia czarista. Ao analisar as características estéticas da trilogia, cujos autores nunca deixaram de ser formalistas, Leyda observa que a narrativa “segue um fluxo livre. Mas isto aumenta o prazer proporcionado pelo filme, que é baseado num processo de seleção artística – de palavras, gestos, rostos, momentos”. Outra novidade foi ensaiar com os atores episódios que não seriam filmados, para que aquilo que está fora do filme fizesse parte da sua construção.
26/09/2017, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
1917 no Ecrã I
Bronenosets Potemkin / Panzerkreuzer Potemkin | Shestaya Chast Mira
duração total da projeção: 132 min | M/12
SHESTAYA CHAST MIRA com companhamento ao piano por Filipe Raposo
BRONENOSETS POTEMKIN / PANZERKREUZER POTEMKIN
O Couraçado Potemkine
de Sergei M. Eisenstein
com Aleksander Antonov, Grigori Alexandrov, Vladimir Barsky
URSS, 1925 / Alemanha, 1930 – 49 min / versão sonorizada, com diálogos em alemão legendados eletronicamente em português | M/12
SHESTAYA CHAST MIRA
“A Sexta Parte do Mundo”
de Dziga Vertov
União Soviética, 1926 – 83 min / mudo, intertítulos em russo legendados em português
Propomos a rara versão sonorizada de O COURAÇADO POTEMKINE, feita na Alemanha em 1930. Em 1926, para o lançamento do filme na Alemanha, Edmund Meisel compôs uma partitura moderna e dissonante, com elementos do “bruitismo”, que ficou mítica. Quando o filme foi reposto na Alemanha em 1930 fez-se uma versão sonorizada, com a música gravada em discos, o acréscimo de diálogos falados em alemão e, por conseguinte, a supressão dos intertítulos. Uma obra muda foi transformada em “talkie” e projetada a 24 imagens por segundo e não 18, o que acarretou uma redução do tempo de projeção em mais de vinte minutos. Um verdadeiro trabalho de intervenção. Os discos originais, em 78 rotações, foram descobertos no Museu Técnico de Viena e, depois de anos de esforços, esta versão foi restaurada pelo Filmmuseum de Viena. Martin Reinhardt, um dos responsáveis pelo trabalho considera que o resultado final é “uma versão drasticamente nova, uma reinterpretação autónoma”. A apresentar em cópia digital. “A versão reconstruída é uma iniciativa conjunta da Universidade das Artes de Berlim, da Cinemateca de Viena e do Museu Técnico de Viena” (Österreichisches Filmmuseum). Dziga Vertov foi o mais radical de todos os membros da vanguarda cinematográfica soviética dos anos vinte, partidário de um “cinema puro”, sem argumento, atores ou laço algum com a literatura, de que o seu filme mais célebre, O HOMEM DA CÂMARA DE FILMAR, é um verdadeiro manifesto. Realizado três anos antes, “A SEXTA PARTE DO MUNDO” (ou seja, a União Soviética, então o único país comunista do mundo) foi uma encomenda da agência de comércio estatal soviética, para a divulgação internacional do país. Vertov transformou a encomenda num grande cine-poema, concebido como um filme “unanimista”, que mostra diversas regiões da URSS, europeias e asiáticas, contrastando-as com o mundo capitalista. Contrariamente ao que se passa em O HOMEM DA CÂMARA DE FILMAR, aqui os intertítulos são numerosos e a construção é demonstrativa. Uma obra extremamente importante, mas relativamente pouco vista, de uma das figuras mais brilhantes e isoladas da história do cinema.
27/09/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
1917 no Ecrã I
Vyborgskaya Storona
“O Quarteirão de Vyborg”
de Grigori Kozintsev, Illya Trauberg
com Boris Chirkov, Valentina Kibardina, Mikhail Zharov, Maksim Strauch, Mikhail Gelovani
URSS, 1938 - 115 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Vyborg era o bairro operário de Petrogrado. A ação decorre entre a tomada do Palácio de Inverno, em outubro de 1917, e a dissolução da Assembleia Constituinte. Maxim torna-se comissário político e é encarregue de dirigir o banco do Estado. Segundo Jay Leyda, o filme procura responder à pergunta de Lenine: “Poderão os bolchevistas exercer o poder governamental?”. Maxim, por sinal, tem entrevistas com Lenine e Estaline. Talvez devido ao ambiente político cada vez mais pesado e repressivo, o filme tem um ritmo um pouco mais lento do que as duas primeiras partes da trilogia. VYBORGSKAYA STORONA não é apresentado na Cinemateca desde 1987.