12/05/2017, 18h30 | Sala Luís de Pina
A Cinemateca com o Indielisboa: Paul Vecchiali
Em colaboração com Indielisboa – Associação Cultural
Les Premières Vacances | Once More
duração total da projeção: 113 min | M/12
LES PREMIÈRES VACANCES
de Paul Vecchiali
França, 1967 – 26 min / legendado eletronicamente em português
ONCE MORE
de Paul Vecchiali
com Jean-Louis Rolland, Patrick Reynal, Florence Giorgetti, Pascale Rocard, Nicolas Silberg, Dora Doll
França, 1987 – 87 min / legendado eletronicamente em português
Jacky, Nicole Castelletta e os filhos de ambos podem ir de férias pela primeira vez na vida graças aos agrupamentos agrícolas em exploração comunitária. LES PREMIÈRES VACANCES é um título documental, produzido pelo Ministério da Agricultura, uma encomenda que o realizador encara pessoalmente. “Vecchiali não faz o filme esperado, ou seja, o filme de propaganda em prol de uma medida social. Põe em valor o mistério das personagens (…), privilegia a complexidade dos lugares” (Matthieu Orléan). Na década que vê surgir o arraso devastador da epidemia da Sida, ONCE MORE é um dos primeiros filmes que o reflete na perspetiva do cinema pessoal de Vecchiali. O argumento segue um homem de 40 anos que, em 1978, põe fim ao casamento e a uma vida para ele insuportável e que, mais tarde inicia uma relação homossexual, nos anos oitenta do avanço da Sida. “ONCE MORE nasce de uma declaração de Charles Pasqua que evoca a epidemia como uma ‘punição divina’. Para lutar contra o tempo da Sida que ataca os corpos com violência, Veechiali encerra estes 90 minutos em 15 planos-sequência e um campo/contracampo: é a sua maneira de desafiar o presente e de lutar contra a propagação da doença com os seus instrumentos de cinema e sem exército científico. No interior destas cápsulas de tempo cativo, escolhe seguir o trajeto de um homem livre que aceita a sua existência até às últimas consequências” (Matthieu Orléan). ONCE MORE é apresentado em cópia digital.
12/05/2017, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Indielisboa: Paul Vecchiali
Em colaboração com Indielisboa – Associação Cultural
Femmes Femmes
de Paul Vecchiali
com Hélène Surgère, Sonia Saviange, Michel Duchaussoy, Michel Delahaye, Huguette Forge, Liza Braconnier, Henry Courseaux, Marcel Gassouk, Charles Level, Noël Simsolo, Claire Versane, Jean-Claude Guiguet
França, 1974 - 120 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Com a presença de Paul Vecchiali
“Um realizador no desemprego e duas atrizes no desemprego fazem um filme: eis um ato revolucionário”, disse Vecchiali sobre FEMMES FEMMES, um dos seus filmes mais celebrados, importante no seu percurso também pelo eco que a passagem no Festival de Veneza deu à sua obra. Coescrito com Noël Simsolo, FEMMES FEMMES é uma delirante “comédia musical” que reúne duas atrizes fracassadas num teatro muito particular (um apartamento), protagonistas de um jogo entre o “teatro” e a “vida”. Depois de uma participação em L’ÉTRANGLEUR, Hélène Surgère, atriz de teatro que Vecchiali levou para o cinema, surge pela primeira vez num grande papel de cinema. Em 1974, Pasolini foi um dos grandes admiradores do filme, tendo mostrado cenas dele aos atores de SALÓ, que então preparava e em que Surgère e Sonia Saviange igualmente participam. “Um ensaio para um regresso ‘pós-Nouvelle Vague’ ao cinema popular francês dos anos trinta” (Luís Miguel Oliveira). A apresentar em cópia digital.
12/05/2017, 22h00 | Sala Luís de Pina
A Cinemateca com o Indielisboa: Paul Vecchiali
Em colaboração com Indielisboa – Associação Cultural
À Vot’bon Coeur
de Paul Vecchiali
com Paul Vecchiali, Françoise Lebrun, Elsa Lepoivre, Matthieu Marie, Emmanuel Broche, Thérèse Roussel, Michel Delahaye
França, 2003 - 95 min
legendado eletronicamente em português | M/12
É o “Anti-dogma 1” da obra de Vecchiali, um mordaz retrato de origem autobiográfica, em que o realizador retoma um filme inacabado (LA GUÊPE) para contar a história de um cineasta a quem é recusado um subsídio do Estado francês pela vigésima vez consecutiva, o que interdita a conclusão da rodagem, e o leva a assassinar os membros da comissão responsável. Contou Vecchiali que enviou uma cópia do filme a Godard, que admirara os anteriores EN HAUT DES MARCHES e ONCE MORE, pedindo-lhe uma opinião e recebendo como resposta: “Não mude um único fotograma deste milagre”.
13/05/2017, 18h30 | Sala Luís de Pina
A Cinemateca com o Indielisboa: Paul Vecchiali
Em colaboração com Indielisboa – Associação Cultural
Les Gens d’en Bas
de Paul Vecchiali
com Serge Feuillard, Julien Lucq, Matthieu Marie, Maïa Jarville, Sandra Jouet, Paul Vecchiali, Hélène Surgère
França, 2010 - 103 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Sétimo título da série “Anti-dogma”, em que Vecchiali reivindica continuar a fazer cinema como ato de resistência e em plena liberdade criativa, com uma pequena equipa de colaboradores, normalmente rodados na casa em que há uns anos se instalou na Provence francesa, e se torna ela própria um elemento fundamental dos filmes: a “villa Mayerling”, batizada em homenagem a Danielle Darrieux e a um dos seus primeiros gostos cinéfilos – MAYERLING, de Anatole Litvak (1936). LES GENS D’EN BAS segue a personagem de Alain, “um trabalhador sazonal ligeiramente espantadiço”. É um dos filmes da “Pentalogia do Sul de França”, realizada entre 2006 (ET TREMBLE DÊTRE HEUREUX) e 2011 (RETOUR À MAYERLING), em que Vecchiali assume o papel de uma personagem recorrente, que responde por nomes diversos, tornando-se realizador-ator.
13/05/2017, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Indielisboa: Paul Vecchiali
Em colaboração com Indielisboa – Associação Cultural
Le Cancre
de Paul Vecchiali
com Catherine Deneuve, Paul Vecchiali, Mathieu Amalric, Édith Scob, Françoise Arnoul, Annie Cordy, Françoise Lebrun
França, 2015 - 116 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12
Com a presença de Paul Vecchiali
A mais recente longa-metragem de Paul Vecchiali tem um subtítulo, inscrito no final – CARNET DE BELLES, evocando a filiação em CARNET DE BAL (Julien Duvivier, 1937). Reunindo um elenco de estrelas em que se contam Catherine Deneuve, Édith Scob, Françoise Lebrun e Mathieu Amalric, LE CANCRE segue a personagem de Laurent que, adulto, vive uma relação conflituosa com o pai. É à volta deste que gravitam uma série de mulheres, as mulheres que ele procura, obcecado em encontrar o amor da sua adolescência, Marguerite. “Privilegiei os planos longos que exprimem melhor as variações de temperamento e a conflitualidade. Muitas vezes na comédia, e também numa espécie de registo fantástico, o filme escapa ao pathos subjacente e transmite a emoção surda, obsessiva, de um primeiro amor de que se diz ser o mais forte. Tal como a impotência de exprimir a ternura que sente um filho perante um pai rezingão, manipulador e brusco” (Vecchiali).