09/11/2020, 19h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O mais célebre filme de Federico Fellini (o tal, do banho de Anita Ekberg na Fonte di Trevi), escandaloso para os critérios da época, às vésperas da revolução cultural dos anos 60. LA DOLCE VITA também assinala um nítido ponto de viragem no cinema de Fellini. Tullio Kezich observa que este filme marca o adeus definitivo de Fellini à Italietta, a “pequena Itália” que até e então mostrara em todos os seus filmes, “fazendo-o passar de cronista a narrador”. LA DOLCE VITA fixou o mito de uma certa Roma no final da década de 50, com uma variada fauna que vivia à volta da Via Veneto, formada por membros do que à época se chamava a
café society, em que se misturam aristocratas, jornalistas, manequins, vedetas de cinema e
paparazzi, “um Satyricon do século XX”, segundo as palavras de um crítico. LA DOLCE VITA é também o filme em que Fellini adere à ideia de romper o fio narrativo entre as diversas etapas da narração, o que passará a caracterizar todos os seus filmes. Com quase três horas de duração, o filme “oferece-se como uma dramática alegoria sobre o vazio que está por detrás de um Carnaval perpétuo” (Kezich). A apresentar em cópia digital.
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