05/11/2020, 20h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Um dos filmes mais amados de Fellini, que mostra as aventuras e desventuras de uma prostituta romana, que nunca perde a fé nos milagres divinos e no milagre do amor, é sempre vencida, mas não desiste. Cabíria, a mais chapliniana das criaturas de Fellini, misto de títere e personagem de melodrama (a cena do seu desengano, no desenlace, é profundamente emocional), também é um dos mais célebres papéis de Giulietta Masina e aquele com que ela mais se identificou. André Bazin escreveu que LE NOTTI DI CABIRIA “rematava” o neo-realismo, “ultrapassando-o numa reorganização poética do mundo”. Selecionado para o Festival de Cannes, onde só poderia ser exibido se tivesse o visto de censura italiano, o filme foi objeto de violentos ataques dos meios católicos e até do Presidente da Câmara de Roma, que afirmava que Fellini denegria a imagem da cidade. Paradoxalmente, graças à intervenção pessoal do Cardeal Giuseppe Siri, uma das figuras mais poderosas do Vaticano, foi autorizado e recebeu em Cannes o prémio de melhor intérprete feminina, “para Giulietta Masina, de Itália, e a sua personagem, com homenagem a Fellini”.
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