11/12/2019, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
As Variações de Hong Sang-Soo
Bam Gua Nat
Noite e Dia
de Hong Sang-soo
com Kim Yeong-Ho, Park Eun-Hye, Hwang Su-jeong
República da Coreia, 2008 - 145 min
legendado em português | M/12
Na sua primeira obra filmada em vídeo de alta definição, Hong Sang-soo troca a Coreia por Paris, cidade onde o protagonista, um pintor, se refugia depois de ter sido apanhado a fumar marijuana e temer a perseguição da polícia. Mas se é Paris o cenário central (também há uma incursão a Deauville e o regresso à Coreia), tudo se passa entre coreanos, num ambiente “100% Hong Sang-soo”, construído a partir da volatilidade emocional das personagens, das suas ânsias amorosas, das suas idiossincrasias e, obviamente, das suas fraquezas. Toda a graça característica do realizador coreano num filme “binário” que vai buscar o seu título (na versão internacional, NIGHT AND DAY) aos horários trocados do casal formado pelo protagonista, em França, e a mulher dele, na Coreia. Foi o primeiro filme de Hong Sang-soo a estrear em Portugal. Apresentado pela primeira vez na Cinemateca em 2019, num Ciclo construído à volta de “35 Histórias do Cinema Contemporâneo”. Em cópia digital.
12/12/2019, 18h30 | Sala Luís de Pina
As Variações de Hong Sang-Soo
Saenghwalui Balgyeon
“Recordando a Porta Giratória”
de Hong Sang-soo
com Choo Sang-mi, Ye Ji-won, Ahn Kil-kang, George Georgiou, Kim Choo-wol
República da Coreia, 2002 - 115 min
legendado eletronicamente em português | M/16
Em sete capítulos numerados, de duração irregular e alinhamento cortado, mas na rota da linearidade narrativa, ON THE OCCASION OF REMEMBERING THE TURNING GATE – título internacional pelo qual é comumente conhecido o filme que em coreano se intitulará “Descobertas da Vida” – é o primeiro filme em que Hong Sang-soo se concentra preferencialmente num protagonista masculino: um ator de teatro desgostado com uma experiência no cinema segue de Seul para a região de Kangwon onde visita um templo budista chamado “porta giratória”, cuja lenda reza ter sido outrora sítio em que uma princesa se desembaraçou de um amante plebeu reincarnado em serpente, deixando-o à mercê de uma tempestade. A imagem da frustração adequa-se ao protagonista, que em encontros sucessivos com duas mulheres expõe uma narcísica incompetência emocional cuja perspetiva humana alia o patético e o cómico. A representação de cenas sexuais que participa dos filmes de Hong Sang-soo até “CONTO DE CINEMA” (2005) é particularmente explícita, favorecendo o retrato angustiado e inepto da personagem principal. Foi o primeiro filme em que as cenas foram escritas e entregues à equipa e atores a cada dia de rodagem, um método prosseguido por Hong Sang-soo desde então. Primeira exibição na Cinemateca.
12/12/2019, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
As Variações de Hong Sang-Soo
Jal Al-Ji-Do Mot-Ha-Myein-Seo
“Como se Soubesses Tudo”
de Hong Sang-soo
com Kim Tae-woo, Uhm Ji-won, Go Hyung-Jung, Kong Hyeong-jin
República da Coreia, 2009 - 126 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12
À nona longa-metragem, Hong Sang-soo mantém o eixo da composição binária, mas também uma arquitetura de recorrências, o protagonismo de uma personagem masculina de profissão artística (de novo um cineasta) e o arranque narrativo em coincidência com a chegada de uma personagem algures. Desta feita, um realizador faz-se viajante em duas incursões muito semelhantes: na viagem a Jecheon, é jurado de um festival local de cinema; na ida a Jeju é conferencista convidado numa universidade; em ambas as ocasiões, encontra e reencontra novos e velhos amigos, participa em noitadas, confronta o presente quotidiano com as intromissões da memória ou da fantasia. O cómico de algumas cenas convive com a complexidade subterrânea do mundo visível e invisível das personagens. LIKE YOU KNOW IT ALL, reza o título internacional. Apresentado pela primeira vez na Cinemateca em 2011. Em cópia digital.
14/12/2019, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
As Variações de Hong Sang-Soo
Hahaha
de Hong Sang-soo
com Kim Sang-kyung, Kim Kang-woo, Moon So-ri, Kim Gyu-ri
República da Coreia, 2010 - 115 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12
Dois amigos, um realizador e um crítico de cinema, relatam as suas aventuras amorosas no bar em que, num encontro de despedida, evocam visitas separadas à mesma pequena cidade balnear que envolvem três personagens, eles próprios e um amigo comum. Sem que o percebam, as histórias justapõem-se, o que serve de fundo temático à experimentação narrativa que, convocando o espaço da memória (a cores, contrastando com o momento do presente, a preto e branco), esgrime a questão fundamental da perspetiva e é marcada por flashbacks que desdobram pontos de vista. É o abismo a que se lança HAHAHA (numa tradução literal do coreano, “Verãoverãoverão”), à superfície uma ligeira comédia de verão. Algumas das características do conto destes “três homens”, como a utilização da voz off, levaram a que se aproximasse o filme ao clássico de Mankiewicz A LETTER TO THREE WIVES (1949). É um regresso formal de Hong Sang-soo à sua segunda longa-metragem, “O PODER DA PROVÍNCIA DE KANGWON”. Apresentado pela primeira vez na Cinemateca em 2011.
16/12/2019, 18h30 | Sala Luís de Pina
As Variações de Hong Sang-Soo
Yeojaneun Namjaui Miraeda
“A Mulher É o Futuro do Homem”
de Hong Sang-soo
com Yu Ji-tae, Kim Tae-woo, Kim Ho-jung, Bae Yun-beom, Eom Su-Jeong
República da Coreia, 2004 - 88 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/14
A história põe em cena dois amigos de um realizador recém-chegado sem proveito dos EUA e um professor de arte, que no passado, em momentos consecutivos, tiveram um relacionamento com a mesma mulher, pintora, que decidem visitar em conjunto depois de um reencontro regado com o teor alcoólico do soju e aberto a flashbacks elucidativos. O movimento entre o passado e o presente corresponde ao momento vivido pelo trio, cujos desgostos e modos de encarar a vida vão sendo expostos sem picos melodramáticos. É um filme em que Hong Sang-soo leva longe o recurso ao plano-sequência, e favorece os movimentos horizontais no interior dos planos, invernais e nevados. O título – na versão internacional, Woman Is the Future of Man, vem de um poema de Louis Aragon, cujo “sentimento de estranheza e confusão” agradou ao realizador. “Há dois processos nos meus filmes: um processo de negação que não se transforma num sistema, e a expressão do conflito entre estar emocionalmente abalado e a busca impossível da verdade.” Primeira exibição na Cinemateca, em cópia digital.