16/09/2019, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andresen em Correspondência - Jorge de Sena, Cendrada Luz / Sophia de Mello Breyner Andresen: Sirvo para que as coisas se vejam
Os Salteadores | Macbeth
duração total da projeção: 124 min | M/12
Jorge de Sena, Cendrada Luz
OS SALTEADORES
de Abi Feijó
Portugal, 1993 – 14 min
MACBETH
Macbeth
de Orson Welles
com Orson Welles, Jeanette Nolan, Dan O'Herlihy, Roddy McDowall, Robert Coote
Estados Unidos, 1948 – 110 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Reconhecido filme de animação de Abi Feijó (desenho animado a grafite sobre papel), OS SALTEADORES baseia-se no conto homónimo de Jorge de Sena evocando um doloroso episódio da história de Portugal, no rescaldo da Guerra Civil espanhola. Macbeth por Welles e com Welles no papel de Macbeth. Uma adaptação bizarra mas genial da tragédia homónima de Shakespeare, ambientada num passado remoto “na antiga Escócia, ainda selvagem, e meio perdida na bruma que envolve História e lenda” (segundo Welles no prólogo em off da versão da distribuição europeia de época, a mais curta das três que se conhecem). Bizarra devido à forma como Welles torneou as limitações financeiras com fumos e iluminação difusa, uma montagem rápida esconde a indigência dos cenários. Genial porque estas limitações dão ao cineasta a possibilidade de empolar a perspetiva alucinatória da tragédia. Jorge de Sena disse desta interpretação de Macbeth: “Fiel reflexão: a barbárie, a fantasmagoria, a violência primária de uma época selvática vista sem embelezamentos bucólicos, tudo Orson Welles traduziu.” A apresentar em cópia digital.
16/09/2019, 18h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andresen em Correspondência - Jorge de Sena, Cendrada Luz / Sophia de Mello Breyner Andresen: Sirvo para que as coisas se vejam
Correspondências
de Rita Azevedo Gomes
com Ana Leppanen, Eva Truffaut, Edgardo Cozarinsky, Jean Paul Mugel, Judy Shrewsberry, Luna Picolli-Trufaut, Luis Miguel Cintra, Loukia Batsi, Mário Barroso, Pierre Léon, Rita Durão, Tânia Diniz
Portugal, 2016 - 145 min | M/12
com a presença de Rita Azevedo Gomes
Filme inspirado nas cartas trocadas entre Sophia de Mello Breyner Andresen e Jorge de Sena, durante os quase vinte anos de exílio deste último (1957-78). Através da poesia e da escrita epistolar, o filme constitui um diálogo extenso no tempo, no “desejo de suprir anos de distância em horas de conversa”. Simultaneamente, Rita Azevedo Gomes procura correspondências com as nossas próprias vidas, ficcionando sobre as ligações e correntes que nos mantêm juntos. Filme tumultuoso, elaborado, amplo, feito de estilhaços de tempo e de pedaços de vida, onde os textos passam por múltiplos corpos, vozes e espaços, onde são feitas e refeitas as imagens, para serem retomadas, alteradas, repostas em estado de mudança. CORRESPONDÊNCIAS é o filme que serve de charneira entre os dois Ciclos dedicados aos poetas. Primeira exibição na Cinemateca.
16/09/2019, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andresen em Correspondência - Jorge de Sena, Cendrada Luz / Sophia de Mello Breyner Andresen: Sirvo para que as coisas se vejam
Sophia de Mello Breyner Andresen | O Construtor de Anjos
duração total da projeção: 58 min | M/12
Sophia de Mello Breyner Andresen: Sirvo para que as coisas se vejam
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
de João César Monteiro
Portugal, 1969 – 17 min
O CONSTRUTOR DE ANJOS
de Luís Noronha da Costa
com Suzi Turner, Anthony Peter, Mafalda de Mello e Castro, Eduardo Trigo de Sousa, António Caldeira Pires, Agostinho Alves
Portugal, 1978 – 41 min
A primeira curta-metragem de João César Monteiro, logo reveladora da originalidade do realizador, que a dedica a Carl Th. Dreyer – “bastaria que Dreyer tivesse realizado GERTRUD”, disse a quem quis saber porquê: SOPHIA, muito marítimo e muito mediterrânico, supunha ele que fosse antes de mais “a prova, para quem a quiser entender, que a poesia não é filmável e não adianta persegui-la”. O CONSTRUTOR DE ANJOS foi o único filme de Noronha da Costa que teve apoio financeiro do Instituto Português de Cinema e uma pequena equipa de produção, fotografado por Acácio de Almeida e com texto para o argumento de Nuno Júdice. Com uma eventual filiação no género “terror”, abordado com enorme desenvoltura e grande sentido de humor (ou não fosse Terence Fisher uma das grandes admirações do autor), as visões irónicas e eróticas são histórias de virgens perversas e sádicos irrisórios, ressuscitados do romantismo alemão e britânico em décors bem portugueses.
18/09/2019, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andresen em Correspondência - Jorge de Sena, Cendrada Luz / Sophia de Mello Breyner Andresen: Sirvo para que as coisas se vejam
Stromboli Terra di Dio
Stromboli
de Roberto Rossellini
com Ingrid Bergman, Mario Vitale
Itália, Estados Unidos, 1949 - 102 min
legendado em português | M/12
Sophia de Mello Breyner Andresen: Sirvo para que as coisas se vejam
O primeiro filme de Rossellini com Ingrid Bergman (que “partiu de UNDER CAPRICORN para STROMBOLI”) marcou uma viragem importante no percurso do realizador e no da atriz. À época, Éric Rohmer comentou assim o filme: “STROMBOLI, grande filme cristão, é a história de uma pecadora tocada pela graça. (…) O autor de STROMBOLI bem sabe a importância que a sua arte pode dar aos objetos, ao lugar, aos elementos naturais do cenário. Dominando o poder que lhes confere, Rossellini faz deles os instrumentos da sua expressão, o molde de onde sairão os gestos e mesmo os impulsos dos atores”. Por muitas razões, uma das mais extraordinárias experiências em toda a história do cinema. “Este filme, duma beleza alucinante, é um filme sobre o cosmos. […] STROMBOLI é o poema da criação” (JBC). A apresentar na versão italiana, em cópia digital.
18/09/2019, 18h30 | Sala Luís de Pina
Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andresen em Correspondência - Jorge de Sena, Cendrada Luz / Sophia de Mello Breyner Andresen: Sirvo para que as coisas se vejam
Sicilia!
Sicília
de Jean-Marie Straub, Danièle Huillet
com Gianni Buscarino, Vittorio Vigneri, Angela Nugara
Itália, 1999 - 66 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Sophia de Mello Breyner Andresen: Sirvo para que as coisas se vejam
SICILIA! assinala a primeira presença de um livro de Elio Vittorini na obra de Straub/Huillet, que a ela voltariam em OPERAI, CONTADINI, numa série de curtas-metragens e em partes de KOMMUNISTEN. SICILIA!, talvez o mais “narrativo” dos filmes de Straub/Huillet aborda um tema clássico: o regresso ao lar. Um siciliano que emigrara para o norte de Itália (mas pretende ter emigrado para os Estados Unidos) regressa à terra natal. A sua viagem de regresso divide-se em quatro etapas, que são outros tantos movimentos cinematográficos: um diálogo no porto, uma viagem de comboio, um encontro com a sua mãe e um diálogo com um amolador de facas, que gostaria que todas as facas só tivessem lâminas. Ao invés de se encontrar a si próprio no termo da viagem, o viajante descobre algo mais vasto, uma “bela coisa, o mundo”.