12/09/2019, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andresen em Correspondência - Jorge de Sena, Cendrada Luz / Sophia de Mello Breyner Andresen: Sirvo para que as coisas se vejam
La Belle et la Bête
A Bela e o Monstro
de Jean Cocteau, René Clément
com Jean Marais, Josette Day, Marcel André, Michel Auclair
França, 1945 - 95 min
legendado em português | M/6
Jorge de Sena, Cendrada Luz
A mais bela adaptação ao cinema do famoso conto de Leprince de Beaumont, segundo contos tradicionais franceses. Cocteau dá-lhe um toque de fantasia e irreverência, numa espécie de prólogo-comentário, mas é na encenação fantasmagórica da história que se apoia o triunfo internacional do filme. O deslumbramento visual é particularmente sugestivo nas cenas do palácio do monstro, com os seus misteriosos corredores iluminados por "braços-candelabros" e jardins poéticos. “E que dizer do final” – escreve Sena numa crítica ao filme – “quando o príncipe e a bela vão abraçados, por ares e ventos, senão que é a dinamização cinematográfica dos sonhos de figuras, nuvens e roupagens, que a pintura barroca tentou fixar?”
12/09/2019, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andresen em Correspondência - Jorge de Sena, Cendrada Luz / Sophia de Mello Breyner Andresen: Sirvo para que as coisas se vejam
Os Salteadores | Macbeth
duração total da projeção: 124 min | M/12
Jorge de Sena, Cendrada Luz
OS SALTEADORES
de Abi Feijó
Portugal, 1993 – 14 min
MACBETH
Macbeth
de Orson Welles
com Orson Welles, Jeanette Nolan, Dan O'Herlihy, Roddy McDowall, Robert Coote
Estados Unidos, 1948 – 110 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Reconhecido filme de animação de Abi Feijó (desenho animado a grafite sobre papel), OS SALTEADORES baseia-se no conto homónimo de Jorge de Sena evocando um doloroso episódio da história de Portugal, no rescaldo da Guerra Civil espanhola. Macbeth por Welles e com Welles no papel de Macbeth. Uma adaptação bizarra mas genial da tragédia homónima de Shakespeare, ambientada num passado remoto “na antiga Escócia, ainda selvagem, e meio perdida na bruma que envolve História e lenda” (segundo Welles no prólogo em off da versão da distribuição europeia de época, a mais curta das três que se conhecem). Bizarra devido à forma como Welles torneou as limitações financeiras com fumos e iluminação difusa, uma montagem rápida esconde a indigência dos cenários. Genial porque estas limitações dão ao cineasta a possibilidade de empolar a perspetiva alucinatória da tragédia. Jorge de Sena disse desta interpretação de Macbeth: “Fiel reflexão: a barbárie, a fantasmagoria, a violência primária de uma época selvática vista sem embelezamentos bucólicos, tudo Orson Welles traduziu.” A apresentar em cópia digital.
13/09/2019, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andresen em Correspondência - Jorge de Sena, Cendrada Luz / Sophia de Mello Breyner Andresen: Sirvo para que as coisas se vejam
Erros Meus | Les Visiteurs du Soir
duração total da projeção: 138 min | M/12
Jorge de Sena, Cendrada Luz
ERROS MEUS
de Jorge Cramez
com Luis Miguel Cintra, Isabel Ruth
Portugal, 2000 – 15 min
LES VISITEURS DU SOIR
Trovadores Malditos
de Marcel Carné
com Arletty, Alain Cuny, Jules Berry
França, 1942 – 123 min / legendado em português
com a presença de Jorge Cramez na sessão de dia 4
ERROS MEUS é a camoniana curta-metragem de Jorge Cramez, adaptada de uma história de Jorge de Sena, que Luis Miguel Cintra ilumina ao lado de Isabel Ruth: Camões, na velhice, é um homem doente, sifilítico, incapaz de se movimentar, de suportar as dores e tormentas que o mortificam, mas dentro dele há uma voz que fala no silêncio da noite. Conforme Jorge de Sena escreveu à época, “LES VISITEURS DU SOIR, é um filme em que a poesia, a ironia, a música, o sentido alegórico e a técnica cinematográfica aliadas a alguns séculos de consciência e de cultura, se conjugam para formar uma obra que, se não é uma das obras-primas do cinema, é sem dúvida uma das mais belas e interessantes que o cinema europeu produziu”. No filme ambientado na Idade Média, a partir de um argumento de Jacques Prévert e Pierre Laroche, muitos viram uma parábola da resistência francesa à ocupação alemã: o diabo incumbe um casal de trovadores da missão “desesperar o mundo”, enviando-o ao castelo de um barão que celebra o noivado da filha. Os dois amantes acabam petrificados, mas mesmo debaixo da pedra os seus corações continuarão a bater.
13/09/2019, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andresen em Correspondência - Jorge de Sena, Cendrada Luz / Sophia de Mello Breyner Andresen: Sirvo para que as coisas se vejam
Sinais de Fogo
de Luís Filipe Rocha
com Diogo Infante, Ruth Gabriel, Marcantonio del Carlo, José Airosa, Glicínia Quartin
Portugal, 1995 - 100 min | M/12
Jorge de Sena, Cendrada Luz
com a presença de Luís Filipe Rocha
O romance homónimo de Jorge de Sena, um dos muito grandes romances da literatura portuguesa do século XX, é a fonte de onde nasceu este filme de Luís Filipe Rocha. Portugal, julho de 1936: um grupo de adolescentes passa as férias de verão na Figueira da Foz durante a época de consolidação e controlo da ditadura de Salazar, enquanto, do outro lado da fronteira, a guerra civil começa em Espanha.
14/09/2019, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andresen em Correspondência - Jorge de Sena, Cendrada Luz / Sophia de Mello Breyner Andresen: Sirvo para que as coisas se vejam
M
Matou!
de Fritz Lang
com Peter Lorre, Ellen Widmann, Gustav Gründgens, Otto Wernicke
Alemanha, 1931 - 100 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Jorge de Sena, Cendrada Luz
“Nada há que seja sombrio, desde que, pela imagem e pela expressão artística, ascende não direi à consciência discursiva, mas àquela outra em que a humanidade se reconhece vasta e vária, capaz de aceitar como seu aquilo que é estranho à essência das suas melhores horas…” (Jorge de Sena). Fritz Lang, mais do que a descrição de um “caso autêntico” (o “vampiro” de Dusseldorf, um assassino de crianças), fez o retrato de uma Alemanha mergulhada na depressão económica e nas vésperas da chegada dos nazis ao poder. Poderosa obra-prima, com Peter Lorre no papel da sua vida. E, Sena, que não pode deixar de ser quem é, profetizou então: “foi esta película que celebrizou, para fins de arrepio, os seus olhos de goraz.” Também programado no “Ciclo “Luz e Espectros – Cinema de Weimar 1919-1933” (ver entrada respetiva).