12/06/2019, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros: O Esplendor do Melodrama
To Each his Own
Lágrimas de Mãe
de Mitchell Leisen
com Olivia de Havillad, John Lund Mary Anderson
Estados Unidos, 1946 - 120 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Um dos grandes melodramas dos anos quarenta considerado à época como o “Woman’s Picture” por excelência, típico tearjerker sobre uma mulher (Olivia de Havilland, que recebeu o seu primeiro Óscar pelo seu desempenho). Como em tantos melodramas, o tema central é o da mãe que sofre por ter “pecado”, como bem indica o título português. Trata-se da história de uma mãe solteira que, por este motivo, não pode criar o seu filho e, enquanto prospera com o seu trabalho, faz-se passar pela sua tia, sem nunca lhe confessar a verdade. A mise-en-scène é um prodígio de contenção e elegância. Na Cinemateca o filme não é apresentado desde 2006.
14/06/2019, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros: O Esplendor do Melodrama
Aventurera
de Alberto Gout
com Ninón Sevilla, Andrea Palma, Tito Junco
México, 1950 - 101 min
legendado eletronicamente em português | M/12
O México foi provavelmente o país que concebeu e produziu os melodramas mais delirantes. AVENTURERA, um dos clássicos deste cinema, é um dos seus pontos altos. O filme aborda o clássico tema da mulher de província que é enganada e levada para uma cidade onde é obrigada a trabalhar como cantora e prostituta num cabaré (onde canta inclusive uma canção de Carmen Miranda em português). A dona do cabaré e “madame” do bordel é malvadíssima e ameaça constantemente “marcar” a cara da sua vítima com uma navalha. Numa reviravolta que nenhum espectador poderá prever, a situação inverte-se e a patroa fica à mercê da sua serva. O filme (a apresentar em cópia digital) não passa na Cinemateca desde 2007. Ver para crer.
14/06/2019, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros: O Esplendor do Melodrama
Only Yesterday
Só uma Noite
de John M. Stahl
com Margaret Sullavan, John Boles, Edna May Sullivan
Estados Unidos, 1933 - 105 min
legendado eletronicamente em português | M/12
John M. Stahl foi um dos mestres do melodrama em Hollywood e ONLY YESTERDAY é um dos pontos altos do género no cinema americano. A estrutura narrativa é certamente derivada de Carta de uma Desconhecida, de Stefan Zweig: arruinado pelo crash da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, um homem vai suicidar-se, quando recebe uma carta. A ação desenrola-se então em flashback: 15 anos antes, este homem seduzira uma jovem, que engravidou sem que ele soubesse. Ao longo do tempo, os dois voltam a encontrar-se duas vezes, mas o homem não a reconhece. A mulher está prestes a morrer e pede, na carta, que ele tome conta do filho que tiveram. O filme não é apresentado na Cinemateca desde 2009.
14/06/2019, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros: O Esplendor do Melodrama
Sellaisena Kuin Sina Minut Halusit
“Como Tu Me Desejaste”
de Teuvo Tulio
com Marie-Louise Fock, Ture Ara, Kunto Karapäa, lauri Korpela
Finlândia, 1944 - 102 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Para a surpresa de muitos, a Finlândia revelou-se uma fonte de extravagantes melodramas, desde que se “descobriu” a obra de Teuvo Tulio, que foi revelada aos espectadores da Cinemateca por escolha de Aki Kaurismaki e Peter von Bagh em 2005, e alvo de um curto Ciclo em 2015. O argumento de SELLAISENA KUIN SINA MINUT HALUSIT nada fica a dever, em matéria de coincidências e desgraças, ao mais descabelado melodrama mexicano, como AVENTURERA (também aqui programado). Mas uma pesada e inesperada capa luterana parece tudo envolver e o estilo da realização nada tem de expansivo. É sóbrio, “camerístico”, os chavões de um género são trabalhados numa mise-en-scène cerrada e claustrofóbica. O resultado é tão implosivo como explosivo.
15/06/2019, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros: O Esplendor do Melodrama
Cielo Negro
de Manuel Mur-Oti
com Susana Canals, Fernando Rey, Luis Prendes
Espanha, 1951 - 99 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Manuel Mur-Oti (1908-2003) é considerado o grande mestre espanhol dos melodramas. Desprezado pela crítica durante muito tempo, Mur-Oti foi reavaliado nos anos noventa, graças a filmes como ORGULLO, CONDENADOS ou CIELO NEGRO, que costuma ser considerado a sua obra-prima. Trata-se de um melodrama escuro e cerrado, centrado na história de amor entre uma jovem caixeira de loja (magnífica Susana Canales) e um sedutor desalmado (Fernando Rey, a exalar falsidade). É um dos filmes que vem lembrar-nos que a História do cinema clássico nunca será definitivamente escrita e que há muitos meandros por descobrir.