11/12/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Manoel de Oliveira Integral – O Visível e o Invisível (I)
Non ou A Vã Glória de Mandar
de Manoel de Oliveira
com Luis Miguel Cintra, Diogo Dória, Miguel Guilherme, Luís Lucas, Carlos Gomes, António Sequeira Lopes
Portugal, Espanha, França, 1990 - 108 min | M/12
Com a presença de Diogo Dória, Luís Lucas, Luis Miguel Cintra, Miguel Guilherme e Ruy de Carvalho
A História de Portugal vista à luz das suas derrotas, contada pelo Alferes Cabrita aos homens da sua companhia em plena guerra colonial. Ou um filme sobre militares em guerra que evocam momentos de história, e que termina com a morte do Alferes Cabrita no dia 25 de abril de 1974. Um filme essencial sobre os “Non” da História de Portugal. NON é palavra buscada ao Padre António Vieira, que a chamava “terrível palavra”. O corpo e a alma de um país nunca se mostraram tanto como neste olhar de um dos seus maiores realizadores. Prémio Especial do Júri em Cannes. A anteceder a projeção do filme, são apresentadas imagens de Manoel de Oliveira em rodagem.
12/12/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Manoel de Oliveira Integral – O Visível e o Invisível (I)
Douro, Faina Fluvial | Aniki Bóbó
duração total da projeção: 86 min | M/6
DOURO, FAINA FLUVIAL
de Manoel de Oliveira
Portugal, 1931-1934 – 18 min / versão sonorizada com música de Luís de Freitas Branco
ANIKI BÓBÓ
de Manoel de Oliveira
com Nascimento Fernandes, Fernanda Matos, Horácio Silva, António Santos
Portugal, 1942 – 68 min
DOURO, FAINA FLUVIAL é o primeiro momento da obra de Manoel de Oliveira, que, para este filme, também colheu forte inspiração num dos géneros “vanguardistas” mais em voga na época, o do “filme-sinfonia” (em particular num dos mais célebres filmes desta corrente, o BERLIN, DIE SINFONIE DER GroSstadt de Walter Ruttmann). “Os portugueses patearam, mas alguns estrangeiros, como Pirandello ou o crítico do Temps, Émile Vuillermoz, não esconderam o seu entusiasmo e propagaram pela Europa essa obra-prima que tinham descoberto em Lisboa. Caminhando do mais abstrato para o mais concreto, com uma prodigiosa intuição da força atrativa da montagem e capacidade expressiva desta, Oliveira lançou o primeiro marco da sua comédia humana, porventura já marcada pelo efémero e pela frustração” (João Bénard da Costa). Apresentado no V Congresso Internacional da Crítica, em 1931, sem som e sem qualquer acompanhamento musical, DOURO é exibido na versão distribuída comercialmente em 1934, sonorizada com música de Luís de Freitas Branco, a convite de António Lopes Ribeiro, que propôs a Oliveira estrear o filme como complemento de GADO BRAVO. O programa prossegue com ANIKI BÓBÓ, a primeira longa-metragem de Manoel de Oliveira, segundo o conto de Rodrigues de Freitas, Meninos Milionários. O título é a invocação de um jogo infantil para dividir os que serão "polícias" e "ladrões". Uma belíssima incursão no mundo da infância, que é simultaneamente um documento excecional sobre a cidade do Porto no começo da década de quarenta.
13/12/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Manoel de Oliveira Integral – O Visível e o Invisível (I)
Hulha Branca | A Canção de Lisboa
duração total da projeção: 103 min | M/12
HULHA BRANCA
de Manoel de Oliveira
Portugal, 1932 – 10 min / mudo
A CANÇÃO DE LISBOA
de Cottinelli Telmo
com Beatriz Costa, Vasco Santana, António Silva, Teresa Gomes, Sofia Santos, Manoel de Oliveira
Portugal, 1933 – 93 min
HULHA BRANCA, filme rodado com uns restos de película que sobejaram de DOURO, FAINA FLUVIAL, foi feito para assinalar a inauguração da Central Hidroelétrica do Ermal, em Rio Ave, fundada em janeiro de 1932, pelo pai de Manoel de Oliveira, industrial visionário. Oliveira assinou o filme com o nome de Cândido Pinto (Manoel Cândido Pinto de Oliveira é o seu nome completo). Não lhe planeava divulgação mais do que caseira e nunca falou dela até encontrar uma cópia em 1998, que a Cinemateca então exibiu pela primeira vez, 66 anos depois da rodagem. Contemporânea de HULHA BRANCA é A CANÇÃO DE LISBOA, a primeira e a mais famosa das chamadas “comédias à portuguesa”, e provavelmente o mais popular filme português de sempre, em que é de notar a presença de Manoel de Oliveira num papel secundário, contracenando com vários atores lendários. Evocação de ambientes lisboetas “típicos” com uma brilhante faceta musical para que contribuiu a partitura original composta por Jaime Silva Filho e René Bohet. Cottinelli Telmo, que era arquiteto, mistura com muita inteligência cenários naturais e cenários de estúdio, que reproduzem certos bairros de Lisboa.
14/12/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Manoel de Oliveira Integral – O Visível e o Invisível (I)
Non ou A Vã Glória de Mandar
de Manoel de Oliveira
com Luis Miguel Cintra, Diogo Dória, Miguel Guilherme, Luís Lucas, Carlos Gomes, António Sequeira Lopes
Portugal, Espanha, França, 1990 - 108 min | M/12
A História de Portugal vista à luz das suas derrotas, contada pelo Alferes Cabrita aos homens da sua companhia em plena guerra colonial. Ou um filme sobre militares em guerra que evocam momentos de história, e que termina com a morte do Alferes Cabrita no dia 25 de abril de 1974. Um filme essencial sobre os “Non” da História de Portugal. NON é palavra buscada ao Padre António Vieira, que a chamava “terrível palavra”. O corpo e a alma de um país nunca se mostraram tanto como neste olhar de um dos seus maiores realizadores. Prémio Especial do Júri em Cannes. A anteceder a projeção do filme, são apresentadas imagens de Manoel de Oliveira em rodagem.
14/12/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Manoel de Oliveira Integral – O Visível e o Invisível (I)
Douro, Faina Fluvial | Portugal Já Faz Automóveis | Famalicão | O Pintor e a Cidade
duração total da projeção: 76 min | M/6
DOURO, FAINA FLUVIAL
de Manoel de Oliveira
Portugal, 1931-1994 – 17 min / versão sonorizada com música de Emmanuel Nunes
PORTUGAL JÁ FAZ AUTOMÓVEIS
de Manoel de Oliveira
Portugal, 1938 – 9 min / mudo
FAMALICÃO
de Manoel de Oliveira
Portugal, 1940 – 23 min
O PINTOR E A CIDADE
de Manoel de Oliveira
Portugal, 1956 – 27 min
O primeiro filme de Oliveira é uma obra-prima do cinema de vanguarda e “o primeiro filme de Manoel de Oliveira é o primeiro filme em que Manoel de Oliveira é grande em qualquer contexto” (José Manuel Costa). Em 1994, Manoel de Oliveira voltaria a DOURO para rever a sua versão original, produzindo uma nova versão musicada com um trecho de Litanie du feu et de la mer (1969-1971), de Emmanuel Nunes, que lhe parecia mais concordante com o espírito vanguardista da obra, ao mesmo tempo que recuperava os enquadramentos, que a versão de 1934 não respeitava. Esta derradeira versão teve estreia na Cinemateca em 18 de junho de 1996. PORTUGAL JÁ FAZ AUTOMÓVEIS (ou EM PORTUGAL JÁ SE FABRICAM AUTOMÓVEIS) foi uma encomenda de Eduardo Ferreirinha, que criou, em 1938, o modelo Edfor da Ford. Foi com este carro que Manoel de Oliveira venceu em 1938 a II Rampa do Gradil, de que ficaram imagens num dos jornais de atualidades desse ano. Considerado desaparecido durante muito tempo (após estreia no Trindade, a 3 de fevereiro de 1938, como complemento de A ROSA DO ADRO de Chianca de Garcia), o filme foi redescoberto pela Cinemateca em 1998 e exibido nesse ano. Mas só se localizou, até hoje, a banda imagem, que é tudo o que vamos ver, perdida a música original de Carlos Calderón e a locução de Fernando Pessa. FAMALICÃO é, na obra de Manoel de Oliveira, o filme mais parecido com um “documentário”, na aceção lata e corrente do termo. “Toda a lógica (ou ilógica) do comentário é inseparável da voz de Vasco Santana. O filme assenta no ator e no nosso conhecimento dele… a um ponto que torna legítimo afirmar que ele, ator, é também um dos assuntos da obra”. (José Manuel Costa) O PINTOR E A CIDADE é o primeiro filme a cores de Oliveira, que nele, pela primeira vez, também usou planos longos. Voltando ao Porto de DOURO não fez um DOURO a cores mas um filme que é praticamente o oposto da obra de 1931. A exibição do filme (em 1956) coincidiu com o início da redescoberta de Oliveira, com as primeiras homenagens prestadas ao Autor e com o primeiro prémio internacional, ganho em Cork, na Irlanda, em 1957.