18/12/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Manoel de Oliveira Integral – O Visível e o Invisível (I)
O Pão
de Manoel de Oliveira
Portugal, 1959 - 59 min | M/12
Conhecem-se duas versões de O PÃO, documentário de Manoel de Oliveira que acompanha o “ciclo do pão” produzido para a Federação dos Industriais de Moagem. Esta primeira versão de 1959, com cerca de uma hora, que foi mostrada nesse mesmo ano na Feira Industrial de Lisboa, e uma segunda significativamente mais curta, remontada por Oliveira em 1964, que estreou comercialmente em 1966 (a programar em janeiro). Em várias ocasiões, Oliveira referiu preferir a mais curta, dado que esta primeira havia sido realizada numa altura em que estava “sedento de cinema”, mostrando demasiado e assim prejudicando a ideia central do filme: “a ideia de que o pão é como uma corrente de um rio que passa por vários lugares, passa por diferentes mãos, por diferentes hábitos ou fardas.” Nesta sessão, apresenta-se uma novíssima cópia restaurada pelo Arquivo da Cinemateca da mais longa destas versões.
18/12/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Manoel de Oliveira Integral – O Visível e o Invisível (I)
A Caça | Acto da Primavera
duração total da projeção: 111 min | M/12
A CAÇA
de Manoel de Oliveira
Portugal, 1963 – 21 min
ACTO DA PRIMAVERA
de Manoel de Oliveira
com habitantes da aldeia da Curalha
Portugal, 1962 – 90 min
A abrir a sessão, A CAÇA, poderosa alegoria sobre o destino humano em forma “semidocumental”, que alguns defendem ser o mais “buñueliano” dos filmes de Manoel de Oliveira. A CAÇA, uma das obras-primas absolutas de Oliveira, tem uma concisão e uma força direta um tanto raras no seu cinema. Esta poderosa alegoria sobre o destino humano em forma semidocumental teve problemas com a censura salazarista, que obrigou Oliveira a filmar um desenlace feliz. A apresentar na versão que inclui os dois finais. ACTO DA PRIMAVERA fixa uma representação da Paixão de Cristo numa aldeia de Trás-Os-Montes, e mostra também, de forma magistral, a impercetível passagem do quotidiano à representação do sagrado e o regresso ao quotidiano, confundindo o ritual com a representação.
19/12/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Manoel de Oliveira Integral – O Visível e o Invisível (I)
O Passado e o Presente
de Manoel de Oliveira
com Maria de Saisset, Bárbara Vieira, Pedro Pinheiro, Manuela de Freitas, Duarte de Almeida
Portugal, 1971 - 115 min | M/12
Adaptado de uma peça de Vicente Sanches, O PASSADO E O PRESENTE é um dos mais discutidos filmes de Oliveira e um dos seus trabalhos mais próximos do humor feroz de Luis Buñuel. Uma sátira social sobre uma mulher obcecada pelas memórias dos maridos defuntos e que não consegue amar os maridos vivos. A morte do segundo faz reviver uma série de situações, juntando o macabro e o grotesco. Primeiro título da “tetralogia dos amores frustrados”, que o liga a BENILDE OU A VIRGEM MÃE, AMOR DE PERDIÇÃO e FRANCISCA, O PASSADO E O PRESENTE é o grande “necrofilme português”, como lhe chamou João César Monteiro.
19/12/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Manoel de Oliveira Integral – O Visível e o Invisível (I)
Benilde ou A Virgem Mãe
de Manoel de Oliveira
com Maria Amélia Matta, Jorge Rola, Jacinto Ramos, Maria Barroso, Augusto de Figueiredo, Glória de Matos
Portugal, 1974 - 106 min | M/12
BENILDE OU A VIRGEM MÃE é a adaptação fiel da peça homónima de José Régio (1947) e foi o filme que marcou a consagração internacional de Oliveira. É uma obra que nos leva à significação última da corporalidade e da oralidade, permanentes manifestações da morte ou da luta contra ela. Maria Barroso e Augusto de Figueiredo que, à data da estreia da peça tinham representado os protagonistas, surgem agora nos papéis da criada e do padre.
20/12/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Manoel de Oliveira Integral – O Visível e o Invisível (I)
Amor de Perdição
de Manoel de Oliveira
com Cristina Hauser, António Sequeira Lopes, Elsa Wallenkamp, Ruy Furtado, Henrique Viana, António J. Costa, Ricardo Pais, Maria Barroso
Portugal, 1978 - 261 min | M/12
A sessão decorre com intervalo
O Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco por Manoel de Oliveira, num dos seus mais extraordinários filmes, e, à época da estreia, um dos mais polémicos. Oliveira realizou simultaneamente duas versões, com diferentes “takes” dos vários planos: uma para a televisão e outra para o cinema. Na versão televisiva, Ritinha, a irmã de Simão (Teresa Collares Pereira) fazia a ligação entre os vários “episódios”. A adaptação de Oliveira respeita o texto de Camilo quase na íntegra.