"Filme admirável, negro poema, TERRA EM TRANSE mostra como se fazem e se desfazem, no 'terceiro mundo europeu', as ditaduras tropicais", escreveu à época Marguerite Duras. Longe do sertão e dos cangaceiros, inteiramente situada no Rio de Janeiro, a terceira longa-metragem de Glauber Rocha, um cineasta que fez parte do panteão dos Cahiers du Cinéma na segunda metade dos anos sessenta, é sem dúvida o mais "cinematográfico" dos seus filmes. O protagonista é um jornalista que oscila entre um potencial tirano de esquerda e um potencial tirano de direita, mas sem que o filme se transforme numa alegoria. Começando pela agonia do protagonista, o filme desenrola-se num longo flashback, numa montagem fragmentada, mas absolutamente coerente. Estreado no Estúdio a 4 de maio de 1974, com distribuição Animatógrafo.