CICLO
As Aventuras de Jean-Pierre Léaud


Por ocasião da estreia portuguesa de A MORTE DE LUÍS XIV, de Albert Serra, em que interpreta o papel do “Rei-Sol” na sua agonia, a Cinemateca presta homenagem a Jean-Pierre Léaud, através de alguns dos seus papéis mais conhecidos, que acompanham de perto a história da Nouvelle Vague e dos seus realizadores. Léaud entrou para a História do cinema logo no seu primeiro filme, que fez aos 15 anos, no papel de Antoine Doinel, em LES 400 COUPS, de François Truffaut, um dos dois títulos que lançaram a Nouvelle Vague (juntamente com O ACOSSADO, de Godard). Foi imediatamente convidado por Jean Cocteau para fazer uma pequena aparição em LE TESTAMENT D’ORPHÉE. Truffaut deu continuidade às aventuras de Antoine Doinel em três outros filmes, um dos quais uma curta-metragem. Neste Ciclo, podemos acompanhar as quatro aventuras de Antoine Doinel e também podemos acompanhar Jean-Pierre Léaud nas suas colaborações com Jean-Luc Godard, Jacques Rivette, Jean Eustache, Philippe Garrel, Luc Moullet e Pier Paolo Pasolini, em filmes que compõem um mapa do cinema moderno. Podemos vê-lo ainda num dos mais belos filmes de Aki Kaurismäki, num filme muito raro de Diourka Medveczky e num papel de maturidade, em LE PORNOGRAPHE, de Bertrand Bonello. Encarnação, no ecrã e fora dele, daquilo a que Serge Daney chamou “as terríveis aventuras do cinema moderno”, ator moderno, na medida em que se impõe pela sua presença e o seu comportamento mais do que pelas técnicas tradicionais de representação, Jean-Pierre Léaud é uma presença-chave no cinema dos anos sessenta e início dos setenta.
 
13/01/2017, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo As Aventuras de Jean-Pierre Léaud

La Concentration
de Philippe Garrel
França, 1968 - 89 min
 
16/01/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo As Aventuras de Jean-Pierre Léaud

Les Deux Anglaises et le Continent
As Duas Inglesas e o Continente
de François Truffaut
França, 1971 - 130 min
16/01/2017, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo As Aventuras de Jean-Pierre Léaud

Une Aventure de Billy the Kid
de Luc Moullet
França, 1971 - 77 min
23/01/2017, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo As Aventuras de Jean-Pierre Léaud

Paul
de Diourka Medveczky
França, 1969 - 92 min
24/01/2017, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo As Aventuras de Jean-Pierre Léaud

Le Pornographe
de Bertrand Bonello
França, 2001 - 108 min
13/01/2017, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
As Aventuras de Jean-Pierre Léaud
La Concentration
de Philippe Garrel
com Zouzou, Jean-Pierre Léaud
França, 1968 - 89 min
legendado eletronicamente em português | M/14
LA CONCENTRATION foi o resultado de uma espécie de “happening”, tendo sido filmado ao longo de 72 horas consecutivas num estúdio de Paris. Um só cenário, uma cama ao centro, e os corpos de Zouzou e Léaud. Há quem defenda que, com o tempo, LA CONCENTRATION passou a ser um documento sobre a droga. “Filme complexo e artificioso, sustentado por um elaboradíssimo dispositivo cenográfico, ao mesmo tempo parte integrante do dispositivo conceptual e sua ‘mola’ ou gatilho’. Terrivelmente enigmático, também” (Luís Miguel Oliveira).
16/01/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
As Aventuras de Jean-Pierre Léaud
Les Deux Anglaises et le Continent
As Duas Inglesas e o Continente
de François Truffaut
com Jean-Pierre Léaud, Kika Markham, Stacey Tendeter
França, 1971 - 130 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Adaptação de um romance de Henri-Pierre Roché, situado no começo do século XX, sobre um triângulo amoroso entre duas irmãs inglesas e um francês, a quem deram a alcunha de “O Continente”. AS DUAS INGLESAS E O CONTINENTE é um dos filmes mais elaborados de Truffaut, com diversas referências ao cinema mudo (a íris que se abre e se fecha) e desempenhos extremamente interiorizados, nomeadamente de Jean-Pierre Léaud, no papel de um jovem romântico, totalmente diferente do que fizera até então. Esta história de educação sentimental também é um grande filme sobre a passagem do tempo. Anacrónico em 1971, o filme foi um desastre comercial. Hoje, desponta como um dos pontos culminantes do cinema de Truffaut.
16/01/2017, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
As Aventuras de Jean-Pierre Léaud
Une Aventure de Billy the Kid
de Luc Moullet
com Jean-Pierre Léaud, Rachel Kesterber, Jean Valmont, Luc Moullet
França, 1971 - 77 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Como crítico, Luc Moullet foi um grande apreciador de westerns. Com este filme dá-nos um western francês, com Jean-Pierre Léaud no papel de Billy the Kid, “um dos raros filmes surrealistas franceses”, na opinião de Jean-Marie Straub. O filme nunca foi distribuído comercialmente em França, mas foi comercializado na América do Sul, numa versão dobrada em inglês e com um título memorável: A GIRL IS A GUN. Jean-Pierre Léaud define-o como “essencialmente, um filme burlesco. Billy é um autêntico travesti. O filme é muito físico, há muito pouco diálogo. Acho que pode ser descrito como um Jerry Lewis francês, ao qual não faltam sequer as caretas”.
23/01/2017, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
As Aventuras de Jean-Pierre Léaud
Paul
de Diourka Medveczky
com Jean-Pierre Léaud, Bernadette Laffont, Jean-Pierre Kalfon
França, 1969 - 92 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Húngaro instalado em França há muitos anos (foi casado durante muito tempo com Bernadette Laffont), o escultor Diourka Nedveczky realizou duas curtas-metragens e PAUL, que foi a sua única longa-metragem e nunca teve distribuição comercial, embora tenha circulado em vários festivais. Léaud incarna uma personagem típica do período em que o filme foi feito, que foge da sociedade burguesa e acaba às voltas com uma comunidade religiosa, nas montanhas das Cévennes. Um conto poético e burlesco, um filme raríssimo, a descobrir. Primeira exibição na Cinemateca.
24/01/2017, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
As Aventuras de Jean-Pierre Léaud
Le Pornographe
de Bertrand Bonello
com Jean-Paul Léaud, Jérémie Renier, Dominique Blanc
França, 2001 - 108 min
legendado eletronicamente em português | M/14
Nesta segunda longa-metragem de Bertrand Bonello, Jean-Pierre Léaud faz o papel de um ex-realizador de filmes pornográficos, cujo filho rompera relações com ele por este motivo e que volta à sua antiga profissão, depois de um intervalo de vinte anos. Thierry Jousse observou nos Cahiers du Cinéma que “há dez anos, Jean-Pierre Léaud tornou-se uma figura paterna nas telas francesas, um pai paradoxal, porque inadequado, sempre infantil, mas um pai à mesma. Diante dele, Bertrand Bonello é o filho que perscruta o rosto, o corpo, as mãos deste pai que rompeu com todos os seus semelhantes”. Primeira exibição na Cinemateca.