30/12/2015, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Uns veem nele um exercício desmiolado de escapismo machista. Outros uma profunda reflexão sobre os fantasmas que a herança da guerra do Vietname trouxe aos americanos. Visões à parte, o certo é que FIRST BLOOD, de Ted Kotcheff, teve o condão de mudar a paisagem dos “action movies” americanos e de trazer aos seus heróis masculinos uma violência extrema na medida da sua própria fragilidade. Curiosa a forma como Rambo (Sylvester Stallone) é um homem traumatizado pela guerra, já tendo empunhado demasiadas armas. Embora passe o filme a tentar não o fazer, no final agarra uma metralhadora M60, ícone que o viria a caraterizar. Essa imagem tem o condão de carregar uma perdição triste: o de um homem encerrado no seu passado.