22/04/2024, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
CANTA MEU IRMÃO, AJUDA-ME A CANTAR
de José Cardoso
Moçambique, 1982 – 70 min
IN BOX
de Ivan Barros, Pak Ndjamena
Moçambique, 2021 – 25 min / legendado em português
Em CANTA MEU IRMÃO, CANTA, AJUDA-ME A CANTAR, a narração afirma, na abertura: “Nós, homens do cinema, resolvemos ir ter contigo, com a nossa curiosidade e a nossa vontade de aprender”. De Inhambane a Mueda, passando pela Ilha de Moçambique, Zavala, Manhiça, Tete, etc., a equipa filma-se a escutar os músicos detentores do saber tradicional enquanto explicam a sua música, as suas danças, e como são feitos e tocados os instrumentos. Se o filme mostra, logo ao início, o I Festival da Canção e da Música Tradicional em Maputo, em 1980, é para logo afastar-se do evento e investir numa abordagem mais compreensiva, dando a palavra ao povo, fixando o modo como se exprime, pela música e pela dança, no contexto humanizado, do seu quotidiano. Ivan Barros e Pak Ndjamena têm mantido uma colaboração artística, sustentada pela intermedialidade, em que cinema e dança dialogam. Atualização contemporânea da importância da dança como forma matricial na expressão cultural em Moçambique, IN BOX é, literalmente, uma carta para a esperança. É também uma manifestação de resiliência às crises sociais, políticas, e sanitárias – foi filmado quando a pandemia ensombrava o país – que perturbam a sociedade moçambicana, num contexto global. O que pode a imagem de Samora Machel, plano derradeiro na caixa de correio em que é deitada a carta?
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