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Assunto: Exibição
Data: 05/09/2024
SEMPRE, de Luciana Fina, estreia hoje em Veneza
SEMPRE, de Luciana Fina, estreia hoje em Veneza
SEMPRE, realizado por Luciana Fina e com produção da Cinemateca Portuguesa, estreia hoje na Giornate degli Autori, secção paralela do Festival Internacional de Cinema de Veneza.

Partindo da instalação audiovisual comissariada pela Cinemateca por ocasião da celebração dos 50 anos do 25 de Abril, Luciana Fina, cineasta e artista visual italiana que trabalha em Lisboa desde 1991, constrói um filme que revisita as imagens da Revolução, reconsiderando a transição da ditadura para a libertação, o processo de construção de um novo país e o seu futuro.

SEMPRE atravessa a asfixia do salazarismo e da PIDE, as ocupações estudantis de 69, o Movimento das Forças Armadas de 74, os sonhos, os programas e as perspetivas do PREC, o Verão Quente, a descolonização. Nesses anos de transição, o cinema português vivia também um capítulo crucial da sua história.

As imagens utilizadas datam de 1962 a 1983, englobando diversos formatos: ficção, documentário, atualidades, cinema amador. Partindo principalmente do universo de cinema português recentemente digitalizado pela Cinemateca Portuguesa, SEMPRE inclui também excertos de outros arquivos, nomeadamente da RTP. Luciana Fina articula estes elementos com sons e imagens inerentes ao momento histórico atual: manifestações pelo direito à habitação, ao trabalho digno e à cultura, a questão da mulher e a questão colonial.
 
Nas palavras da realizadora, “Resgatar as imagens do cinema que acompanhou a preparação e o processo da revolução significa também interrogar o cinema, os seus gestos e uma ideia de futuro.”.

A digitalização do acervo de cinema português e o lançamento de uma renovada base de dados (Portal Félix) permitem à Cinemateca Portuguesa promover um acesso mais alargado ao património cinematográfico nacional. Para além dos projetos de exibição e de investigação na qual participa, a Cinemateca disponibiliza ferramentas para que cineastas e criadores possam utilizar a sua coleção em novas produções, uma prática que fortalece a ligação entre o passado e o presente, mantendo o cinema em constante diálogo com sua própria memória.