Em abril a Cinemateca presta homenagem a uma das personalidades mais fortes e mais livres do cinema português dos últimos quarenta anos: Maria José Branco (1951-2025), responsável pelos cenários de mais de meia centena de filmes portugueses e franceses, e também pelo guarda-roupa de muitos outros, num total de mais de setenta títulos.
Maria José Branco entrou no cinema pela porta grande em 1981 como assistente de António Casimiro na rodagem de FRANCISCA, filme marcante do cinema português e da carreira de Manoel de Oliveira, que com ele dava por encerrada a sua «Tetralogia dos Amores Frustrados». No ano seguinte deixa a posição de assistente e assume de vez a criação de cenários noutro dos filmes míticos rodados em Portugal naquela época: O ESTADO DAS COISAS/DER STAND DER DINGE, de Wim Wenders.
Desde então Maria José Branco trabalhou com os principais realizadores portugueses das últimas décadas. Além de Oliveira, participou em filmes de Pedro Costa, Fernando Lopes, João Mário Grilo, João Canijo, Teresa Villaverde e Margarida Gil, entre muitos outros. No trabalho com cineastas estrangeiros, deixou a sua marca em filmes de Raúl Ruiz, André Téchiné, Jacques Doillon ou Eugène Green.
As três sessões que a Cinemateca lhe dedica permitirão homenagear o seu trabalho fundamental nas áreas da conceção de cenários (MON CAS, de Manoel de Oliveira, e LES INNOCENTS, de André Téchiné) e direção de arte (O DELFIM, de Fernando Lopes).
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