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Assunto: Cinemateca
Data: 15/02/2024
Quatro exposições para levar o mar do cinema para as galerias...
Quatro exposições para levar o mar do cinema para as galerias...
Quatro exposições para levar o mar do cinema para as galerias, e de volta aos públicos nas salas.

Cumprindo o objetivo de devolução às comunidades das memórias que o cinema ajudou a fixar, o projeto FILMar, da Cinemateca Portuguesa, inicia este domingo, 18 Fevereiro, um ciclo de quatro exposições, integradas no programa ÚLTIMA VAGA, e onde vários filmes do património fílmico relacionados com o mar, serão apresentados em colaboração com bibliotecas, museus e galerias de arte, em Lisboa, Leiria, Ílhavo e Vila do Conde.
Enquanto decorre, até 30 Abril, a grande retrospetiva com cerca de 100 filmes em 35 locais, o FILMar colaborou na organização de quatro mostras onde cerca de 60 curtas-metragens digitalizados com o apoio do programa EEAGrants 2020-2024 são apresentados tanto em contexto expositivo como em sala de cinema, expandindo a relação com a geografia local e a do cinema enquanto contador de histórias e observador de paisagens. 
A primeira mostra intitula-se AUGUSTO CABRITA, O OLHAR ENCANTADO, e decorre em colaboração com a Biblioteca de Marvila, em Lisboa, entre 18 Fevereiro e 20 de Abril, e onde se apresentam cerca de 70 imagens inéditas assinadas pelo fotógrafo Augusto Cabrita durante a rodagem do filme AS ILHAS ENCANTADAS, de Carlos Vilardebó. Foi durante as filmagens que Cabrita conheceu Amália Rodrigues, encontro que iria transformar a vida dos dois artistas, com o fotógrafo a tornar-se num dos mais próximos colaboradores da fadista. 
A exposição, que teve uma primeira apresentação no festival Curtas de Vila do Conde, em Julho 2023, reúne, ainda um conjunto de documentários e reportagens feitos para a RTP, nomeadamente para o programa MELOMANIA. Como complemento, serão organizadas três sessões de cinema (18 Fevereiro, 17 Março, 4 Abril), que incluem 10 filmes assinados, entre 1923 e 1970 por Augusto Cabrita, Carlos Vilardebó, Jean Leduc, Manuel Guimarães, Maurice Mariaud, Mota da Costa e Paulo Brito Aranha, focados na presença de Amália Rodrigues, na transformação da paisagem industrial da cidade de Lisboa, e na vida dos bairros de operários e estivadores nas décadas de 1930 a 1950. A exposição é organizada em colaboração com as BLX - Bibliotecas de Lisboa.
A 24 Fevereiro, no Museu Marítimo de Ílhavo, inaugura IDEOLOGIAS DO MAR, com curadoria de Pedro Miguel Silva e Nuno Miguel Costa, onde uma seleção de 7 filmes realizados entre 1935 e 1964 – entre eles TIN SARDINES (José Leitão de Barros, 1935), PRAIAS DE PORTUGAL (Gentil Marques, 1952), ESTRADA QUE ANDA (João Martins, 1953) e FAINA DE RIO E DE MAR (António Lopes Ribeiro, 1958) – dialogam com as memórias, os objetos e a realidade oposta à narrativa oficial do regime do Estado Novo sobre o quotidiano social e laboral das comunidades piscatórias. A exposição, que poderá ser vista até 5 de Maio, inclui um ciclo de 6 sessões, onde se mostrarão, entre outros, A ACÇÃO SOCIAL AO PESCADOR (António Veríssimo, 1958), AREIA, LODO E MAR (Amílcar Lyra, 1977), BÁRBARA (Alfredo Tropa, 1980) e TERRA NOVA, MAR VELHO (Francisco Manso, 1983). A exposição é organizada pelo Museu Marítimo de Ílhavo, com a colaboração do FILMar.
A 1 de Março no MiMO – Museu da Imagem em Movimento, em Leiria, abre ANTÓNIO CAMPOS, exposição dedicada ao cineasta natural de Leiria, que reúne um conjunto de objetos relacionados com o seu processo de trabalho, bem como imagens de rodagens de filmes como A ALMADRABA ATUNEIRA (1963), A INVENÇÃO DO AMOR (1965), VILARINHO DAS FURNAS (1971), GENTE DA PRAIA DA VIEIRA (1977) ou HISTÓRIAS SELVAGENS (1978) e A TREMONHA DE CRISTAL (1993). A exposição fica patente até 30 de Março e este regresso do cinema do realizador ao local onde nasceu, será a oportunidade  para inscrever a singularidade do seu olhar sobre o país em transformação entre as décadas de 1950 e 1990, através de uma retrospetiva com 14 filmes do realizador natural de Leiria, no Teatro Miguel Franco – que tem o nome de um dos colaboradores de Campos nos seus primeiros filmes –, a decorrer nos dias 11, 12, 13, 18, 19 e 20 Março. A exposição e o ciclo são coorganizados pelo MiMO e o FILMar.
A 3 de Março, na Galeria Solar, em Vila do Conde, abre ANIMar, concebido como uma grande revisitação do mapa emocional e geográfico da nossa relação com o mar, através do cinema, reunindo 35 filmes pensados, primeiro, para a comunidade escolar, mas refletindo sobre pontes intergeracionais. A abordagem ao mar enquanto elemento central de uma leitura da produção cinematográfica nacional – aqui entendendo-se o cinema como lugar de exibição, antes do surgimento da televisão, e lugar de experimentação e resistência social, estética e política – é ampla nas temáticas e os filmes aqui reunidos, possibilitando referências geográficas, práticas laborais, culturais e sociais, narrativas oficiais e o seu contracampo. Com intervenções sonoras e visuais de Mónica Santos, Filipe Raposo e Raw Forest (Margarida Magalhães), reúne filmes realizados entre 1912 e 1977, aos quais se juntam alguns títulos contemporâneos, e fica patente até 8 de Junho. O programa inclui ainda um conjunto de cinco sessões de cinema, no Teatro Municipal de Vila do Conde, nos meses de Março e Abril, e onde se exibirão 14 filmes, entre outros E ERA O MAR (Ricardo Costa, 1977), ATÉ AMANHÃ, MÁRIO (Solveig Nordlund, 1993) e VIDA COSTEIRA (Øyvind Sandberg, 2002). A exposição e o ciclo são coorganizados pela Galeria Solar e o FILMar.

O FILMar é um projeto da Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, financiado pelo programa Cultura dos EEAGrants, integrado no Mecanismo Financeiro Europeu 2020-2024, operacionalizado por Património Cultural, I.P..

Todas as exposições são de entrada livre. Para informações sobre horários, visitas guiadas e atividades complementares, devem ser consultados os respetivos locais de exposição.