Em abril a Cinemateca concentra atenções em Itália para apresentar uma nova retrospetiva de autor organizada em colaboração com a Festa do Cinema Italiano (
Antonio Pietrangeli é o senhor que se segue a Elio Petri) e uma edição das
Histórias do Cinema dedicada a
Vittorio De Seta, preparada por
Federico Rossin. Como habitualmente em abril, regressamos a
25 de Abril de 1974, desta feita com um ciclo sobre os olhares estrangeiros da Revolução dos Cravos. No próximo mês a Cinemateca continuará também a percorrer a obra de
Michael Curtiz, dá por terminado o ciclo dedicado a
Joseph Conrad e homenageia uma das principais chefes de
décor do cinema português:
Maria José Branco.
Antonio Pietrangeli (1919-68) foi um dos grandes cineastas italianos saídos do período do pós-Guerra cuja morte prematura acabou por ofuscar a sua obra, onde se destacam os retratos de mulheres e da condição feminina, que filmou como poucos, num misto de realismo e poesia. Um olhar muito diferente do de muitos dos seus contemporâneos das décadas de 1950 e 60, que fez com que Pietrangeli fosse um dos autores que melhor fez a transição entre o neorrealismo e a
commedia all’italiana. Depois de ter sido um dos nomes em foco no Ciclo
“Cinema Italiano Lado B” em 2021, é tempo de mostrarmos a sua obra numa retrospetiva praticamente integral intitulada “Antonio Pietrangeli, Esse Desconhecido”.
O outro cineasta italiano em destaque no mês de abril é
Vittorio De Seta (1923-2011), a quem será dedicada uma edição das
Histórias do Cinema. Tendo começado a filmar na mesma altura de Pietrangeli, De Seta foi um dos grandes autores do documentário feito em Itália e não é totalmente desconhecido dos espectadores da Cinemateca. Influenciado pelo neorrealismo, desenvolveu uma prática documental singular, onde a correção etnográfica se fundiu com a pujança lírica. Esta edição das Histórias do Cinema estará a cargo do historiador e programador de cinema
Federico Rossin, que nos últimos anos se tem dedicado a explorar territórios e épocas cinematográficas ainda por desbravar e que merecem um lugar no cânone cinematográfico. Um regresso à Cinemateca, onde esteve no ano passado para acompanhar a retrospetiva dedicada a Carlos Vilardebó.