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Assunto: Programação
Data: 16/04/2024
Os 50 anos do 25 de Abril na Cinemateca
Os 50 anos do 25 de Abril na Cinemateca
No próximo dia 25 de abril a Cinemateca vai estar aberta para comemorar os 50 anos da Revolução dos Cravos com um programa especial que se prolonga pelos dias seguintes e inclui a inauguração de uma instalação inédita de Luciana Fina.

À semelhança de anteriores aniversários redondos do 25 de Abril, a Cinemateca dedica os 50 anos da data que marcou o fim da ditadura em Portugal a uma jornada especial, ponto alto de um vasto programa iniciado em janeiro com o Ciclo “O que Farei Eu com Esta Espada?” e que continuará a ocupar a programação da Cinemateca em vários momentos distintos ao longo do ano. Serão três dias de festa que se prolongarão com outras iniciativas fora de portas nas semanas seguintes.

As festividades começam às 11h do dia 25 com inauguração da instalação Sempre – A palavra, o sonho e a poesia na rua, organizada em parceria com a RTP e da autoria da realizadora e artista plástica Luciana Fina, convidada pela Cinemateca a criar uma evocação livre do tema. A instalação ocupará vários espaços da Cinemateca e tem como ponto de partida as imagens captadas em abril de 1974, no calor do pós-Revolução, e um desafio lançado à época por Fernando Lopes quando afirmou que «no fundo era interessante que daqui a um ano a gente estivesse aqui a dizer que o que foi importante em 74 foi o cinema português». Após a inauguração, a instalação ficará patente até a 30 de Junho, de segunda-feira a sábado das 14h às 21h30. A entrada é livre.

Ao longo do dia 25 e nos dias 26 e 27 a Cinemateca acolhe um conjunto de sessões especiais dedicadas às “imagens de Abril”, com sessões gratuitas de obras de referência da época e alguns documentos inéditos. A primeira sessão especial está marcada para as 18h30 do dia 25 e é dedicada às imagens amadoras. Nesta sessão serão apresentados filmes raríssimos, que revelam imagens inéditas do 25 de Abril ou do 1º de Maio de 1974 em vários pontos do país, e de outros eventos que se sucederam durante o PREC. Muitos destes filmes são inéditos e foram depositados na campanha “Filmou o 25 de Abril? Ajude-nos a contar a sua história”, uma iniciativa conjunta da Cinemateca e da Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril.

No dia 26, à mesma hora, revisitamos AS ARMAS E O POVO (filme a exibir na íntegra às 11h30 do dia 25, em conjunto com a curta-metragem REVOLUÇÃO, de Ana Hatherly), com a exibição de uma seleção de bobines que ficaram de fora da montagem final. Serão os “restos” não utilizados de um dos títulos mais emblemáticos e fundamentais de Abril, imagens que fazem parte da coleção da Cinemateca e que na sua qualidade de “brutos” constituem um valor documental inestimável. Essa sessão inclui ainda outras imagens em bruto da Revolução, captadas por vários dos futuros cineastas que integraram a primeira turma da Escola de Cinema (então Conservatório de Cinema), filmadas na manhã do 25 de Abril. No âmbito do recente depósito que a ESTC (Escola Superior de Teatro e Cinema) fez dos seus arquivos analógicos, os técnicos do departamento ANIM identificaram vários rolos de película não montada e sem som, num total de 108 minutos de material, que correspondem à integralidade do que os estudantes filmaram naquele dia. 50 anos depois a Cinemateca apresenta a totalidade desse material (agora através de cópia em suporte digital).
O terceiro grande momento desta celebração terá lugar no dia 27 às 17h com uma longa sessão de homenagem ao cinema português, numa “montagem crua de bobines” de filmes de múltiplos géneros, em diálogo com a nossa História contemporânea. Retomando e reinventando o dispositivo de uma “jornada especial de homenagem ao Cinema Português” organizada em 2018 nos 70 anos da Cinemateca, voltamos a prestar tributo ao cinema que se fez antes e após o 25 de Abril, desta vez buscando particularmente o modo como este representou formas de estar e de sentir coletivas, mais ou menos exteriorizadas, em torno dessa fronteira.

As comemorações terminam no dia 27 às 21h30 com a exibição de outro dos filmes obrigatórios de Abril: TORRE BELA, de Thomas Harlan, um dos muitos realizadores estrangeiros que filmaram a Revolução dos Cravos. Esta será a primeira apresentação da cópia digital da versão que, no final da vida, foi caucionada pelo realizador, e que irá ser editada em breve em DVD pela Cinemateca Portuguesa e pelo Filmmuseum de Munique.

Fora de portas, através do projeto FILMar que neste mês de abril chega ao final, haverá várias sessões dedicadas ao 25 de Abril que incluem a exibição de filmes em vários pontos do país, desde o Cinema Ideal em Lisboa (onde será apresentada a nova cópia digital do filme O QUE FAREI COM ESTA ESPADA?, de João César Monteiro) à Casa do Cinema de Coimbra, passando pela estreia do restauro de A FUGA, de Luís Filipe Rocha, a 27 de abril na inauguração do Museu Nacional Resistência e Liberdade situado na Fortaleza de Peniche. O programa completo das atividades FILMar será divulgado oportunamente. Às atividades FILMar, juntam-se as iniciativas já em curso e a decorrer até junho no âmbito do projeto de descentralização Imagens em Movimento – Cinema Português em Diálogo já anunciadas.

Todas as informações relacionadas com a iniciativa Abril 50 - Programa Especial podem ser consultadas no jornal da programação da Cinemateca ou online.