As obras de Fernando Lopes e Paulo Rocha, os dois cineastas que abriram o caminho do Cinema Novo Português nos anos 1960 (“Belarmino” e “Os Verdes Anos”) filmando até ao início da segunda década de 2000 (“Em Câmara Lenta” e “E Se Eu Fosse Ladrão… Roubava”), são o grande destaque da programação de março, que voltando aos filmes dos dois autores, propõe um último diálogo entre as suas obras, seminais do cinema português contemporâneo.

Foi Fernando Lopes quem, a propósito de "Os Verdes Anos” de Rocha e do seu “Belarmino”, as duas primeiras produções Cunha Telles, cujas respetivas datas de estreia em novembro de 1963 e em novembro de 1964 marcam os 50 anos do Cinema Novo Português, falou de “uma espécie de gémeos diferentes”. A expressão pode aplicar-se aos próprios Fernando Lopes e Paulo Rocha, ambos nascidos em 1935 e falecidos em 2012, dois realizadores cujas diferenças de percurso são assinaláveis sem elidir afinidades não apenas geracionais.