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Assunto: Programação
Data: 23/02/2022
Doris Wishman, a rainha do sexploitation na Cinemateca
Doris Wishman, a rainha do sexploitation na Cinemateca
Doris Wishman (1912-2002), talvez a realizadora mais prolífica do universo sexploitation, vai ser alvo de uma retrospetiva na Cinemateca Portuguesa em colaboração com a 19ª edição do festival IndieLisboa, que este ano decorre entre os dias 28 de abril e 8 de maio.
 
Surgida no contexto do movimento da contracultura e da revolução sexual dos anos 1960, Doris Wishman assinou cerca de três dezenas de filmes de baixo orçamento criados em regime de autoprodução, com a cineasta a acumular as tarefas de realização, argumento e montagem dos seus próprios filmes (muitas vezes usando diferentes pseudónimos para cada uma dessas funções), o que lhe valeu ser considerada por muitos como a rainha do sexploitation.
 
Apesar de os seus filmes poderem ser vistos hoje como algo naïves no tratamento da sexualidade - são o oposto de um certo tipo de cinema erótico que floresceu na década de 1970, com características de misoginia e violência bastante marcadas -  graças a um estilo muito pessoal e inovador, que subvertia todas as fronteiras do género e cruzava-o com uma estética próxima de algum cinema underground, têm vindo a ser alvo de redescoberta ao longo dos últimos anos, chamando a atenção para o seu extraordinário percurso independente num universo cinematográfico dominado por homens.
 
Doris Wishman lançou-se sozinha no cinema com a realização de HIDEOUT IN THE SUN em 1959, filme que marcou profundamente o universo exploitation. De entre os títulos mais conhecidos da filmografia de Wishman, em grande parte construída entre 1959 e 1977, destacam-se NUDE ON THE MOON (1960), BAD GIRLS GO TO HELL (1965), DEADLY WEAPONS (1973), DOUBLE AGENT 73 (1974) e LET ME DIE A WOMAN (1977).
 
É a componente mais significativa desta obra que daremos a ver em abril e maio, numa retrospetiva a não perder, que contará com a presença em Lisboa de Peggy Ahwesh, artista e cineasta que mais tem contribuído revalorização da obra da realizadora norte-americana, sendo autora de The Films of Doris Wishman.