A Cinemateca vai receber a maior retrospetiva dedicada ao realizador mexicano Paul Leduc (1943-2020) jamais realizada fora do seu país natal e a primeira no continente europeu. Organizada em colaboração com o Doclisboa, que este ano decorre entre os dias 17 e 27 de outubro, a retrospetiva terá uma sessão de antecipação já no próximo dia 5 de julho às 21h45 na Esplanada da Cinemateca, com a exibição de ¿CÓMO VES?.
Apesar de pouco conhecido fora do México, Paul Leduc é um nome de referência do cinema independente mexicano da década de 1970 cujo trabalho tem vindo a ser descoberto fora de portas ao longo dos últimos anos graças ao trabalho da Filmoteca da Universidade Nacional Autónoma do México.
Autor de uma obra variada, Leduc retratou através dos seus filmes as grandes alterações políticas e socioculturais do seu país de origem na segunda metade do século XX e princípio do século XXI, assim como temas centrais para compreender a História da América Latina durante esse período: desde a herança da revolução mexicana às lutas dos camponeses contra a opressão dos caciques locais, passando pelas várias revoluções da América Latina e as consequências da globalização e das políticas neoliberais que assolaram o continente.
No seu cinema, que sempre quis levar aos limites das linguagens cinematográficas mais convencionais, cruzou elementos do documentarismo, poesia, dança, música e magia, resultando esse trabalho numa linguagem única, vanguardista e independente. Em outubro, iremos descobrir esse trabalho, num programa intitulado Uma Dança para a Música do Tempo elaborado pelo crítico Boris Nelepo, programador do Doclisboa.