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Assunto: Programação
Data: 11/04/2024
À descoberta do cinema das independências africanas
À descoberta do cinema das independências africanas
No próximo dia 17 de abril a Cinemateca dá o pontapé de saída para um ciclo em três partes dedicado ao cinema feito em três ex-colónias portuguesas (Moçambique, Guiné-Bissau e Angola), numa das várias iniciativas inseridas nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. O foco da primeira parte do ciclo “Do Cinema de Estado ao Cinema Fora do Estado” será o cinema moçambicano, seguindo-se em maio o cinema guineense e em novembro a cinematografia angolana.

Coprogramado com a investigadora Maria do Carmo Piçarra, que há vários anos se tem debruçado sobre o cinema colonial português e as cinematografias das várias ex-colónias, este será um importante ciclo que dará a conhecer as várias fases e períodos de um cinema que começou por ter um forte investimento estatal, quando estes países quiseram cimentar a sua imagem e projetar-se enquanto novas nações através das imagens em movimento, até se tornar aos poucos um cinema pouco apoiado e de carácter mais independente. O que se pretende é mostrar obras históricas em articulação com outras contemporâneas, com a presença na Cinemateca de alguns dos autores para falarem da sua obra com os espectadores.

Esta primeira parte do Ciclo será dedicada à cinematografia moçambicana, que Maria do Carmo Piçarra considera ter sido «referencial no contexto africano» logo em 1976, quando foi criado o Instituto Nacional de Cinema para dar formação em cinema à chamada “geração da utopia”. A primeira sessão terá lugar no próximo dia 17 às 19h e será exemplar do que pretende ser o ciclo, ao reunir uma obra pioneira do cinema moçambicano pós-independência (MUEDA, MEMÓRIA E MASSACRE, de Ruy Guerra, um dos nomes internacionais que passaram por Moçambique naquela época) a um dos títulos mais recentes desta cinematografia (O PRETO, curta-metragem assinada por Ivo Mabjaia distinguida em 2021 com o Prémio Novos Autores Moçambique, atribuído pelo Fórum de Cinema de Moçambique – Kugoma).
 
No dia 20 de abril, ponto alto desta primeira fase do ciclo “Do Cinema de Estado ao Cinema Fora do Estado”, será realizada uma mesa redonda com a participação de três protagonistas da “invenção do cinema” moçambicano - José Luís Cabaço (Ministro da Informação de Moçambique a partir de 1980, impulsionador da "Nova Estratégia para a Imagem"), Luis Carlos Patraquim (escritor, autor de vários guiões do cinema feito em Moçambique, membro da redação do jornal de atualidades KUXA KANEMA), Camilo de Sousa (realizador) - e de um dos seus realizadores emergentes mais relevantes (Inadelso Cossa), a conversa percorrerá a história desta cinematografia desde a independência até ao presente.

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