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Assunto: Programação
Data: 28/05/2017
O CINEMA E A CIDADE
O CINEMA E A CIDADE
O CINEMA E A CIDADE
UM CICLO – UM COLÓQUIO – UM DEBATE ITINERANTE
CONVITE À APRESENTAÇÃO DE COMUNICAÇÕES
No próximo mês de setembro, a Cinemateca apresentará um ciclo de filmes dedicados à relação entre o cinema e a cidade, que incluirá um colóquio sobre o tema e será seguido por sessões de projeção e debate em outras salas de Lisboa e do país. No colóquio, a realizar nos dias 28 e 29 de Setembro, para além de intervenções de participantes convidados, serão também acolhidas comunicações de outros potenciais intervenientes que desejem abordar o tema, escolhidas entre todos os que para isso nos contactarem (VER PROCEDIMENTO ABAIXO)
O CINEMA E A CIDADE
 
O que acontece às cidades quando perdem as salas de cinema, ou, nas grandes metrópoles, as redes de salas que as marcaram ao longo de quase todo o século XX? O que acontece ao cinema quando os seus lugares de contacto com o público deixam de ser lugares de referência nas cidades e de encontro regular e intenso das comunidades urbanas?

Perante as transformações evidentes que têm afetado os modos de receção dos filmes, e perante a transformação evidente da natureza, da implantação e do modo de usufruto das salas de cinema nas cidades contemporâneas, a Cinemateca organiza um conjunto de iniciativas através das quais se propõe uma reflexão sobre o binómio cinema-cidade, tentando mergulhar mais fundo na evolução cruzada e nos impactos mútuos desses dois polos.
Nascido com o crescimento urbano pós-revolução industrial, o cinema alimentou as cidades e alimentou-se delas. Nos seus inícios, muitas das alterações que mudaram rapidamente a natureza dos filmes, do espetáculo cinematográfico e dos lugares desse espetáculo  surgiram em estreita ligação com os fenómenos de aceleração e acumulação derivados daquele crescimento. Depois, ao longo de um século – um século hoje impossível de evocar sem ele – esse mesmo espetáculo, e portanto o espaço em que decorria, tornou-se uma das bases da nossa vida comunitária, nos mais diversos contextos urbanos. Desde a feira às primeira salas especializadas, desde estas aos palácios do cinema, e desde estes aos cinemas estúdios (que se constituíram como alternativa e complemento desses palácios), as salas disseminaram-se por todas as cidades, grandes ou pequenas, e pelas subdivisões delas (os bairros), ocupando tanto o centro como a periferia, e erguendo uma rede extensa e diversificada a partir da qual se pode hoje praticamente ler o que foi a pulsação de cada cidade, tanto naquilo em que “cidade” significa comunidade como naquilo em que significa estratificação dentro dela.
Em paralelo com isto o cinema mudou, contando outras histórias, ou, sobretudo, contando-as de outras maneiras – ou, melhor ainda, alterando a natureza do ato de contar – em sucessivas mutações que não podem deixar de ter também a ver com a evolução dos lugares e dos modos de receção. Consciente ou inconscientemente, os filmes não foram indiferentes a estas alterações no contacto com os públicos, seja porque o seu percurso traduziu as mesmas alterações sociológicas e culturais que estiveram na base delas, seja porque, em última análise, os filmes sabem para quem falam, e sabem qual a relação que querem ter com a vida daqueles para quem falam. O cinema que vemos e as condições em que o vemos - o modo, o espaço e o lugar - não serão portanto, hoje como ontem, coisas indiferentes ou separáveis.
Em torno da relação entre o cinema e a cidade, organizamos então três iniciativas complementares: um ciclo de filmes escolhidos como caminhos variados evocadores dessa relação (como o cinema abordou a cidade e as questões das cidades, como a cidade determinou o cinema e em que medida foi marcada por ele); um colóquio de dois dias em que desafiamos intervenientes de várias áreas para conversar sobre aqueles cruzamentos no passado e no presente; um conjunto de sessões descentralizadas, dentro e fora de Lisboa, nas quais, em função de vontades próprias, o debate será territorialmente alargado.
Nas duas últimas vertentes – colóquio e sessões descentralizadas – haverá espaço para propostas externas, indicando-se em seguida as modalidades de candidatura para apresentação de comunicações no colóquio.

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SELEÇÃO DE COMUNICAÇÕES:
As propostas de comunicações a apresentar no colóquio de 28 e 29 de Setembro deverão ser apresentadas à Cinemateca até ao próximo dia 30 de Junho, num documento que deverá incluir um resumo da comunicação (máximo de 800 caracteres) e um perfil do proponente.
A escolha final das comunicações será divulgada a todos os proponentes até ao dia 14 de Julho.
As propostas devem ser enviada para o endereço de email  divulgacao@cinemateca.pt, dirigidas a
Antónia Fonseca, Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, Gabinete de Relações Públicas, com a referência ao colóquio “O Cinema e a Cidade”