PROGRAMA DAS SESSÕES-CONFERÊNCIA | APRESENTADAS E COMENTADAS POR NAUM KLEIMAN
STATCHKA
Greve
de Sergei M. Eisenstein
com I. Kliuvin, Alexandr Antonov, I. Ivanov
URSS, 1924 – 80 min / mudo, intertítulos em russo, legendados em francês | M/12
A primeira longa-metragem de Eisenstein encena uma greve numa fábrica russa no começo do século XX. Ao realizá-la, Eisenstein tinha atrás de si muita experiência em espetáculos teatrais vanguardistas do grupo Proletkult (“cultura proletária”) e estas experiências marcam o filme, assim como as técnicas do grupo de cineastas da FEKS (“Fábrica do Ator Excêntrico”), de Leninegrado. Em GREVE, Eisenstein põe em prática as suas célebres ideias sobre a “montagem de atrações”, fazendo nascer ideias através da associação de planos e criando metáforas visuais. Um dos grandes clássicos de sempre.
BRONENOSETS POTIOMKINE
O Couraçado Potemkine
de Sergei M. Eisenstein
com Aleksander Antonov, Grigori Alexandrov, Vladimir Barsky
URSS, 1925 ¬– 74 min
Na primeira metade dos anos vinte, a União Soviética conheceu um extraordinário florescimento artístico, em todos os domínios, com obras duplamente de vanguarda: do ponto de vista formal e do ponto de vista político. O COURAÇADO POTEMKINE é, sem dúvida, a mais célebre destas obras e um dos filmes mais famosos de toda a História do Cinema. Pondo em prática as suas teorias sobre a montagem, elemento fundamental do cinema de vanguarda, Eisenstein fez deste filme de encomenda sobre a Revolução de 1905 um momento absolutamente eletrizante, com a mais célebre sequência da história do cinema: o massacre na escadaria de Odessa.
OKTIABR
Outubro
de Sergei Eisenstein
com Vassili Nikandrov, Nikolai Boris Lianov,
URSS, 1927 – 103 min
Realizado dois anos depois de O COURAÇADO POTEMKINE, OUTUBRO foi uma encomenda oficial para o décimo aniversário da Revolução Bolchevique e marca o começo do fim do estado de graça de Eisenstein junto às autoridades soviéticas, o que prenunciava o fim do grande cinema revolucionário soviético. Substituindo a “montagem de atrações” de POTEMKINE pela “montagem intelectual”, numa tentativa de veicular ideias abstratas através de imagens, OUTUBRO é o filme mais “experimental” de Eisenstein e marca o apogeu da convergência entre vanguarda formal e vanguarda política, durante o breve período em que ambas foram inseparáveis na URSS.
BEZHINE LOVJ
“O Prado de Bejine”
QUE VIVA MEXICO! (trechos)
BOLCHOI FERGANSKII KANAL
“O Grande Canal de Fergana” (diapositivos)
LIUBOV’ POETA (PUSHKIN)
“Os Amores do Poeta/Puchkine” (diapositivos)
de Sergei M. Eisenstein
URSS, 1935, 1931, 1939, 1940
Um programa que aborda quatro obras inacabadas de Eisenstein. Depois de regressar do México em 1932, Eisenstein foi objeto de críticas cada vez mais violentas e frontais, que tiveram, consequências diretas sobre o seu trabalho. Rodado entre maio de 1935 e abril de 1936, “O PRADO DE BÉJINE” foi interrompido devido a problemas de saúde do realizador, então violentamente atacado pelas autoridades. Foi iniciada uma segunda versão, mas o filme foi definitivamente suspenso em 1937 e quase todo o seu material destruído. QUE VIVA MEXICO! foi o fruto de uma malograda odisseia que durou quase três anos: Eisenstein embarcou na aventura de um filme no México, para o qual rodou muito material, mas que não concluiu. O filme foi-lhe retirado das mãos pelo produtor independente americano e Eisenstein nunca pôde montar nem um metro do que havia filmado. BOLCHOI FERGANSKII KANAL nasceu em 1939, mas o projeto foi interrompido devido ao início da guerra ao passo que LIUBOV’ POETA foi o primeiro projeto a cores de Eisenstein. Destes dois últimos filmes, veremos uma série de imagens fixas.
IVAN GROZNY
Ivan, o Terrível
de Sergei M. Eisenstein (excertos)
URSS, 1942-47
com Nikolai Tcherkassov, Serafina Birman, Ludmilla Tselikovskaya
URSS, 1943-45 – 93 min (duração total aproximada dos excertos a apresentar)
A última sessão-conferência desta série de cinco com Naum Kleiman é dedicada ao último filme de Eisenstein, IVAN O TERRÍVEL, que conheceu várias vicissitudes: a primeira parte do filme, estreada em janeiro de 1945, valeu a Eisenstein o Prémio Estaline. Pronta um ano depois, a segunda foi condenada pelo Comité Central do Partido Comunista, imediatamente proibida e só divulgada dez anos depois da morte do realizador, em 1958. Ainda assim, Eisenstein preparou a terceira parte do filme, para a qual teria obtido a autorização de Estaline, desde que “corrigisse os erros” da segunda parte. Nesta sessão pedagógica são mostradas uma sequência da primeira parte do filme, a totalidade da segunda, e uma raríssima sequência de quatro minutos e meio do que teria sido a terceira parte, intitulada STADEN.
Consulte as fichas detalhadas do programa.