O MAL AMADO ou a inquietação da juventude estudantil em vésperas do 25 de Abril. O desencanto da pequena burguesia e as suas oscilações ideológicas, na figura de um jovem que procura romper com a sua classe, mas a ela volta sempre, tendo como cenário o bairro de Campo de Ourique. Proibido pela censura e só estreado depois do 25 de abril. (sinopse de produção)
 
“O MAL-AMADO é um filme feito a partir da confrontação de algumas classes-persona­gens da nossa sociedade contemporânea. O filme está dividido em ‘capítulos ideológi­cos’, peças de um jogo em que, através da confrontação dessas ‘personagens’ (paren­tes portugueses, mulher portuguesa, filhos­-estudantes portugueses) num ambiente pré-determinado e bem característico (o bairro de Campo de Ourique, em Lisboa), se faz a ‘crítica social’ necessária à sociedade portuguesa, que exige uma análise urgente. A escolha do meio – ‘o bairro de Campo de Ourique’ – em que quase todas as cenas se definem, e a maneira como esse bairro é utilizado como se ele fosse uma das per­sonagens mais importantes do filme, vem um pouco da história do princípio do sécu­lo XX. Trata-se de um bairro de Lisboa onde a minha família viveu a luta pela República de 1910. Esse bairro-personagem, que nun­ca fora tratado no cinema português, é uma espécie de território fechado, uma encruzi­lhada de ruas, um jogo de cafés (que aparece no filme) e um jogo de personagens típicas.” (Fernando Matos Silva)

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