Com uma vida inteira dedicada ao cinema, Adriano Aprà foi um verdadeiro homem dos sete ofícios: além de crítico e historiador, tendo sido um dos nomes maiores da escrita sobre cinema em Itália, foi também realizador, ator (participou em filmes dirigidos pela dupla Straub-Huillet, Marco Ferreri ou Bernardo Bertolucci, entre outros), professor e diretor artístico de dois importantes festivais (Salsomaggiore, nos anos setenta e oitenta, e Pesaro, na década seguinte) e da Cineteca Nazionale de Roma no período entre 1998 e 2002.

Colaborou em publicações como a Filmcritica ou a Cinema e Film (de quem foi um dos fundadores) e escreveu abundantemente sobre o cinema italiano, assim como sobre outros autores do moderno cinema europeu, entre eles Warhol, Godard ou Straub-Huillet. Presença regular na Cinemateca, foi o responsável por duas edições da rubrica “Histórias do Cinema”: a primeira em 2015, quando se debruçou sobre a obra de Michelangelo Antonioni, e a última em 2016 dedicada a Roberto Rossellini, um dos realizadores cuja obra mais abordou, o que o levou a ser considerado um dos mais especialistas em Rossellini (é dele um dos textos publicados no catálogo da Cinemateca editado em 2007 aquando da realização de retrospetiva Rossellini: “Enciclopédia Histórica de Rossellini”).