05/07/2023, 18h00 | Sala M. Félix Ribeiro
As intervenções de P. Adams Sitney serão feitas em inglês, sem tradução simultânea
MESHES OF THE AFTERNOON
de Maya Deren
com Maya Deren, Alexander Hammid
Estados Unidos, 1943 – 14 min / sem diálogos
AT LAND
de Maya Deren
com Maya Deren, Alexander Hammid, John Cage, Parker Tyler
Estados Unidos, 1943 – 15 min / sem diálogos
RITUAL IN TRANSFIGURED TIME
de Maya Deren, Alexander Hammid
com Anaïs Nin, Rita Christiani, Maya Deren
Estados Unidos, 1946 – 15 min / sem diálogos
EAUX D’ARTIFICE
de Kenneth Anger
com Carmilla Salvatorelli
Estados Unidos, 1953 – 12 min / sem diálogos
ARABESQUE FOR KENNETH ANGER
de Marie Menken
Estados Unidos, 1961 – 6 min / sem diálogos
BELLS OF ATLANTIS
de Ian Hugo
com Anaïs Nin
Estados Unidos, 1953 – 10 min / legendado eletronicamente em português
MELODIC INVERSION
de Ian Hugo
com Anaïs Nin, Robert de Vries
Estados Unidos, 1958 – 8 min / sem diálogos
BLUE MOSES
de Stan Brakhage
Estados Unidos, 1962 – 11 min/legendado eletronicamente em português
THE DEAD
de Stan Brakhage
Estados Unidos, 1960 – 11 min / mudo
Pioneira do cinema de vanguarda norte-americano, nos anos quarenta Maya Deren realizou um conjunto de filmes marcados pela indefinição entre o sonho e realidade, inaugurando uma tendência fundamental do domínio do cinema experimental, os chamados “
trance films”. MESHES OF THE AFTERNOON “está ligado às experiências interiores de um indivíduo. Não regista um acontecimento que possa ser testemunhado por outras pessoas”, escreveu Deren, que da mesma forma descreveu AT LAND, como uma “luta para manter a identidade de cada um”. No caso de RITUAL IN TRANSFIGURED TIME, o filme desenvolve-se por formas e gestos ritualísticos, desafiando o tempo e o espaço dos corpos filmados em diferentes cenários, em que a presença de Deren à frente da câmara tem mais uma vez um papel essencial. EAUX D’ARTIFICE, de Kenneth Anger, dá a ver uma mulher vestida com uma indumentária do século XVII, que se passeia entre as fontes de uma vila italiana até desaparecer entre as águas de uma delas. ARABESQUE FOR KENNETH ANGER, de Marie Menken, afirma-se como uma justa homenagem ao cineasta e ao seu modo livre de fazer cinema. No primeiro filme de Ian Hugo (BELLS OF ATLANTIS), a voz de Anaïs Nin, então sua mulher, desloca-nos para uma fantasia aquática e para a profundeza dos seres. Prosseguindo a tradição lírica que preside a esta sessão, MELODIC INVERSION coloca mais uma vez em cena Anaïs Nin afirmando a sua grande beleza plástica que muito influenciará THE DEAD. Nesse seu filme mudo, que evoca explicitamente a questão da morte, Brakhage sobrepõe imagens da arquitetura do cemitério parisiense Père Lachaise, um breve retrato de Kenneth Anger e imagens das margens do Sena registadas a bordo de um barco. Recorrendo a sobreposições, inversões negativas ou a uma montagem fragmentada que caracteriza vários filmes de Brakhage deste período, THE DEAD convoca uma assumida espiritualidade que reencontramos em BLUE MOSES, um dos seus raros filmes sonoros, cujo texto dito por uma personagem para a câmara nos transporta para uma outra dimensão.
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