18/03/2025, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Quatro décadas depois da versão de Fleming, a segunda adaptação de
Lord Jim veio a ser feita por Richard Brooks já em período de transição pós
-clássico, como produção inglesa e americana rodada
(pelo menos em grande parte) em exteriores no Camboja. Agora bastante livre nos seus propósitos, Brooks ergueu um projeto ambiciosíssimo, ao mesmo tempo pessoal e grandioso, que acabaria por sofrer com a equívoca expectativa de um novo LAWRENCE DA ARÁBIA (o então muito recente épico de D. Lean), que a escolha de O’Toole obviamente alimentava. Desta vez
há Marlow (J. Hawkins), numa solução engenhosa, limitada à primeira parte do filme, que, porém, com alguma ironia mas de forma sintomática, não terá contribuído por si mesma para aproximar o filme de Conrad. Apanhado entre tempos e contextos em mudança, parece ter havido pouca margem para ver o filme pelo seu lado mais forte, que era naturalmente o próprio
cinema de Brooks, em particular pelo seu controlo seguro de câmara e pelo seu domínio do espaço, algo que alguns salientaram mas de que, mais uma vez, há que propor a (re)descoberta.
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