Footnote to Fact | Millions of Us. A Story of Today | Hands | Anna
FOOTNOTE TO FACT
de Lewis Jacobs
Estados Unidos, 1933 – 8 min
MILLIONS OF US. A STORY OF TODAY
de Tina Taylor, Slavko Vorkapich
Estados Unidos, 1934 – 17 min
HANDS
de Ralph Steiner, Willard Van Dyke
Estados Unidos, 1934 – 4 min
ANNA
de Anastasia Lapsui, Markku Lehmuskallio
Finlândia, 1997 – 58 min
Numa montagem que lembra tanto D. W. Griffith quanto Dziga Vertov, Lewis Jacobs produz, em FOOTNOTE TO FACT, uma sinfonia urbana sobre a Grande Depressão no ano que marca o início do New Deal, balanceando o rápido movimento da sociedade americana rumo à perdição (sem-abrigos, veteranos da guerra esquecidos, alcoólicos caídos pelas ruas) com o de uma mulher em sua casa, entregue ao vai-e-vem da sua cadeira de baloiço. Pungente mistura de documentário com ficção protagonizada por um homem à procura de emprego na América dilacerada pela crise económica, MILLIONS OF US é uma história de perdição e (re)conversão ideológica, com fundo e forma de clara inspiração soviética. HANDS é uma obra imbuída do espírito do New Deal de Roosevelt, já que se concentra numa montagem de planos em que vemos “mãos à obra”, trabalhando, curando, fazendo arte, cozinhando, escrevendo e transacionando valores. Imagem-síntese de uma economia que pulsa perante as adversidades, numa obra encomendada pela Works Progress Administration e assinada por Willard Van Dyke e Ralph Steiner, dois nomes maiores do polo americano do documentário dos anos 30. Anastasia Lapsui e Markku Lehmuskallio dedicaram a sua vida e o seu trabalho enquanto realizadores aos povos indígenas do Norte: aos Sami, Inuit, Nenets, Chukchi e Selkup, entre outros. Juntos, Lapsui e Lehmuskallio, ao tentarem transmitir os modos de ver e a cultura desses povos, que filmam através de uma grande variedade de abordagens cinematográficas – da ficção ao documentário –, captaram as suas vidas. Em ANNA, o primeiro filme que assinaram como correalizadores, contam a história de uma mulher dos Nganasan, um povo da Península de Taymyr gravemente ameaçado de extinção. Na sua infância, Anna foi apresentada num documentário soviético – exemplo de uma criança indígena em processo de assimilação. Mais tarde, haveria de tornar-se secretária do comité do partido Comunista. O ano é 1997: Anna enfrenta o passado, as suas imagens do cinema antigo, a dissolução da União Soviética e o desaparecimento da cultura do seu povo. ANNA é um retrato comovente e compassivo de uma pessoa, mas também do século XX. Primeiras apresentações na Cinemateca. A exibir em cópias digitais.
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