Continuação da viagem da sessão anterior (agora com muito pouco cabelo). “É verdade que gosto de me desviar, de divagar, de evitar responder diretamente às perguntas, de enveredar por vias travessas, de sair dos caminhos habituais, de me deixar levar pela onda ou pelo vento. Sempre considerei que caminhava na fronteira, um nómada sem residência fixa. Onde ponho o pé, considero ser a minha casa. Percebi que foi precisamente esta deambulação, esta deambulação voluntária alimentada por encontros e repleta de coincidências, que me indicou o filme a fazer, e que o filme realmente me construiu – dando-me uma existência – e não o contrário (sempre acreditamos que o cineasta molda ou faz o seu filme). Não faço os meus filmes, sou feito por eles” (B.L.). Boris Lehman faz uma viagem à Sibéria e diz, no fim: “Andei nas águas do Lago Baikal a tentar encontrar o meu caminho. No branco”, enquanto caminha no lago gelado, liso, sem trajeto marcado, mas prestes a rachar. Primeira exibição na Cinemateca.
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