14/12/2022, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
O Cinema Clássico de Dorothy Arzner
Anybody’s Woman
de Dorothy Arzner
com Ruth Chatterton, Clive Brook, Paul Lukas, Huntley Gordon
Estados Unidos, 1930 - 80 min
legendado eletronicamente em português | M/12
É dos filmes menos citados de Dorothy Arzner, com argumento da dramaturga e escritora Zoë Akins (prémio Pulitzer em 1935) que, na sua vida de argumentista, foi uma colaboradora regular da realizadora a partir de SARAH AND SON. De novo contando com Ruth Chatterton no principal papel feminino, ANYBODY’S WOMAN segue a história de um advogado que, sofrendo de um desgosto de amor, se deixa embeber em álcool e casa impulsivamente com uma vizinha, artista de variedades, que em tempos defendera na barra do tribunal. Depois de ponderar a anulação do contrato o acidental casal decide dar uma oportunidade à ligação matrimonial. “Arzner tira grande partido da duplicidade do padrão aplicado a homens e mulheres, tal como a ricos e pobres” (Kenneth Turan,
Los Angeles Times, 2015).
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16/12/2022, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Cinema Clássico de Dorothy Arzner
Merrily We Go to Hell
Quando a Mulher se Opõe
de Dorothy Arzner
com Sylvia Sidney, Fredric March, Adrianne Allen, Richard “Skeets” Gallagher, Cary Grant
Estados Unidos, 1932 - 83 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Um filme da década de 1930 pré-código Hays realizado por Dorothy Arzner, cujo título vem de uma fala de Fredric March e que deu brado pela incorreção política, extensível às linhas do argumento em que há, alcoolismo, romance, casamento, gravidez, adultério, abuso: em MERRILY WE GO TO HELL Sylvia Sidney é uma jovem rica que casa com um jornalista-dramaturgo alcoólico, a quem a dada altura propõe que mantenham “um casamento moderno” em que a infidelidade dele tenha o reverso da dela. A relação das personagens é turbulenta, o filme é espampanante. Então quase desconhecido, Cary Grant surge no papel da conquista mais sedutora de Sidney. Foi a última realização de Arzner na Paramount. Mostrado pela primeira vez na Cinemateca em dezembro de 2019 num “double bill” (com LES AMOUREUX SONT SEULS AUX MONDE de Henri Decoin), é apresentado em cópia digital.
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16/12/2022, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Cinema Clássico de Dorothy Arzner
Honor Among Lovers
Honra de Amantes
de Dorothy Arzner
com Claudette Colbert, Fredric March, Monroe Owsley, Charles Ruggles, Ginger Rogers
Estados Unidos, 1931 - 77 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Numa história ambientada em Wall Street, a personagem de Claudette Colbert é secretária de um negociante por quem está ligada por uma paixão recíproca – a personagem interpretada por Fredric March (depois de WILD PARTY e SARAH AND SON) –, mas casa-se com um corretor da bolsa cometendo um erro que se abeira da fatalidade. Ginger Rogers, que debutara no cinema em 1929 e assinara um contrato com a Paramount no ano seguinte, tem um pequeno papel. “Arzner dá o seu melhor quando realiza filmes que jogam não apenas com as diferenças entre homens e mulheres, mas com diferenças de classe. HONOR AMONG LOVERS não é exceção” (Judith Mayne).
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17/12/2022, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Cinema Clássico de Dorothy Arzner
The Red Kimona
de Walter Lang, Dorothy Davenport (não creditada)
com Priscilla Bonner, Nellie Bly Baker, Carl Miller, Mary Carr, Virginia Pearson, Dorothy Davenport
Estados Unidos, 1925 - 77 min
mudo, com intertítulos em inglês legendados eletronicamente em português | M/12
Dado a surpresa de termos recebido uma cópia musicada do filme THE RED KIMONA, a sessão não terá como anunciado o acompanhamento ao piano por João Paulo Esteves da Silva.
Escrito por Adela Rogers St. John a partir de uma história de Dorothy Arzner, produzido e correalizado por Dorothy Davenport (muitas vezes referenciada como Mrs. Wallace Reid e não creditada como realizadora neste filme), THE RED KIMONA (também grafado THE RED KIMONO) baseia-se num caso verídico de prostituição e homicídio ocorrido em 1917, em Nova Orleãs. A mulher que o protagonizou processou a produtora-argumentista-correalizadora invocando o direito ao esquecimento e ganhou o caso (Melvin v Reid). Alvo de censura em alguns sítios, o filme inscreve-se no registo “consciência social” da trilogia a que Davenport se dedicou nos anos 1920 (HUMAN WRECKAGE, BROKEN LAWS, THE RED KIMONA) e no molde do melodrama, abrindo com uma declaração da própria Davenport que fala diretamente para a câmara contando a história verídica da personagem interpretada por Priscilla Bonner. Alguns segmentos do filme foram originalmente pintados à mão, caraterística mantida no restauro em anos recentes.
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19/12/2022, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
O Cinema Clássico de Dorothy Arzner
Working Girls
de Dorothy Arzner
com Judith Wood, Dorothy Hall, Charles “Buddy” Rogers, Paul Lukas, Stuart Erwin
Estados Unidos, 1931 - 77 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Arzner distinguiu-o como um dos seus trabalhos favoritos, sendo preciso muito tempo para que a sua singularidade, inclusivamente feminista, fosse reconhecida. O enredo segue duas irmãs oriundas do Indiana que vêm instalar-se em Nova Iorque, onde começam a trabalhar como estenógrafa (a mais velha e mais ingénua) e telegrafista (a mais nova). “Arzner esteve sempre à frente do seu tempo. Em nada amenizou a questão da sexualidade. Como nota Judith Mayne, mesmo no contexto de grande abertura da era pré-Código [Hays], ‘Arzner teve de lutar com os censores por causa do tratamento explícito da gravidez (e portanto do sexo) fora do casamento’. WORKING GIRLS é um filme pré-Código extraordinariamente ousado, realizado por uma inteligentíssima feminista lésbica. Dadas as circunstâncias, é surpreendente que o filme tenha sido feito; ainda assim, a Paramount distribuiu-o discretamente. É um milagre que tenha sobrevivido” (Gwendolyn Audrey Foster,
Senses of Cinema, 2017).
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