17/04/2023, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Cinema da Estónia: Um Ninho ao Vento
Em colaboração com o Estonian Film Institute, com o apoio da Embaixada da Estónia em Lisboa
Põrgupõhja Uus Vanapagan
“As Desventuras do Novo Satanás”
de Grigori Kromanov, Jüri Müür
com Elmar Salulaht, Ants Eskola, Astrid Lepa
Estónia (período URSS), 1964 - 94 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12
Deus, desanimado com esta Humanidade que parece fazer pouco ou nada para atingir a salvação no Céu, encarrega São Pedro de fazer um negócio com o Diabo (um dos melhores que o cinema nos deu, pelo ator estónio Elmar Salulaht): este terá de descer à Terra sob a forma humana e ele mesmo atingir a pretendida salvação. Só assim o Diabo poderá continuar a recolher as almas pecaminosas, porque, enfim, não será o pecado parte intrínseca de se ser humano? Na companhia da sua mulher terrena, Satanás parte para uma quinta, apostado em fazer de uma exemplar vida cristã, dedicada ao trabalho na Terra, à procriação e ao amor ao próximo (mesmo ao cínico latifundiário Ants), apanágio do dia-a-dia. Mas a missão não será tão fácil quanto parece. Sátira delirante tornada em reflexão sobre a vida, a morte e Deus quase à maneira de Dreyer, numa adaptação ao cinema de um romance de 1939 assinado por A. H. Tammsaare, um dos principais nomes da literatura estónia.
consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui
18/04/2023, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Cinema da Estónia: Um Ninho ao Vento
Em colaboração com o Estonian Film Institute, com o apoio da Embaixada da Estónia em Lisboa
Kevade
“Primavera”
de Arvo Kruusement
com Arno Liiver, Riina Hein, Aare Laanemets, Margus Lepa
Estónia (período URSS), 1969 - 87 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Baseado numa história autobiográfica do escritor e dramaturgo estónio Oskar Luts, trata-se de um olhar nostálgico sobre o mundo da infância numa escola paroquial na localidade de Paunvere. As partidas e zaragatas, sobretudo entre rapazes, em calorosos dias de inverno são o ponto de partida de uma série de histórias de camaradagem e amor, mas também de desamor e de deceção. Brincadeiras perigosas e ternurentas são entremeadas por lições de vida na idade certa, dadas pelos professores (uns mais protetores do que outros) ou por colegas (uns mais conscienciosos do que outros). Uma delas é a de que o tempo não volta para trás ou a de que as dores de crescimento ficam para a vida. Um dos filmes mais amados do cinema estónio, esta é a obra de estreia como realizador do então somente ator Arvo Kruusement.
consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui
18/04/2023, 19h30 | Sala Luís de Pina
O Cinema da Estónia: Um Ninho ao Vento
Em colaboração com o Estonian Film Institute, com o apoio da Embaixada da Estónia em Lisboa
Hullumeelsus
“Loucura”
de Kaljo Kiisk
com Jüri Järvet, Vaclovas Bledis, Valeriy Nosik
Estónia (período URSS), 1968 - 79 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Uma sátira implacável e cruel, sob o efeito de Buñuel, acerca de um mundo ensandecido às portas do final da Segunda Guerra Mundial, mas de maneira alguma livre do espectro dos totalitarismos. Um oficial da Gestapo interrompe o iminente massacre dos pacientes de um asilo psiquiátrico, às mãos do exército nazi, com a missão de identificar, entre eles, um espião ao serviço das forças aliadas. Uma produção controversa desde a sua origem (para se preparem para esta produção, o realizador e os seus atores passaram algum tempo em asilos psiquiátricos da Estónia e Letónia), sujeita a inúmeras pressões políticas que redundaram na sua semiobscuridade ao longo da história e a um período longo de censura na União Soviética, tendo-se estreado em Moscovo somente em 1987. Para um crítico como Jaak Lõhus, trata-se do avô do cinema
arthouse estónio e, para um historiador como Lauri Kärk, é um dos raros momentos na História do cinema soviético em que um filme contém alguma forma de crítica aos regimes totalitários, em particular, ao soviético, o que explica a censura de que foi alvo.
consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui
19/04/2023, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Cinema da Estónia: Um Ninho ao Vento
Em colaboração com o Estonian Film Institute, com o apoio da Embaixada da Estónia em Lisboa
Viini Postmark
“Carimbo Postal de Viena”
de Veljo Käsper
com Jüri Järvet, Herta Elviste, Ines Aru
Estónia (período URSS), 1968 - 78 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12
Um dos mais prolíficos e reverenciados atores estónios, Jüri Järvet (porventura o seu papel mais marcante seja o de King Lear na adaptação ao cinema assinada pelo ucraniano Grigoriy Kozintsev e pelo bielorusso Iosif Shapiro), protagoniza esta sátira social sobre como o tempo nos faz abdicar de quem verdadeiramente somos. Será justo dizer que, agora chegado à reta final da sua vida como trabalhador e pai de família, Martin Roll mente a si mesmo? Um amigo do peito observa que este cortou o bigode e, a propósito disso, propõe-lhe uma aposta arriscada, de filatelista para filatelista: se no dia seguinte apenas disser a verdade e somente a verdade, oferece-lhe o seu selo mais precioso. Os efeitos desta aposta serão tremendos tanto em casa como na fábrica de caixas, onde Martin trabalha como capataz. Esta adaptação da peça homónima de Ardi Liieves lembra as comédias de Billy Wilder, contendo ainda várias bicadas ao
modus vivendi ou sua ética debaixo do regime soviético.
consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui
19/04/2023, 19h30 | Sala Luís de Pina
O Cinema da Estónia: Um Ninho ao Vento
Em colaboração com o Estonian Film Institute, com o apoio da Embaixada da Estónia em Lisboa
Põrgupõhja Uus Vanapagan
“As Desventuras do Novo Satanás”
de Grigori Kromanov, Jüri Müür
com Elmar Salulaht, Ants Eskola, Astrid Lepa
Estónia (período URSS), 1964 - 94 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12
Deus, desanimado com esta Humanidade que parece fazer pouco ou nada para atingir a salvação no Céu, encarrega São Pedro de fazer um negócio com o Diabo (um dos melhores que o cinema nos deu, pelo ator estónio Elmar Salulaht): este terá de descer à Terra sob a forma humana e ele mesmo atingir a pretendida salvação. Só assim o Diabo poderá continuar a recolher as almas pecaminosas, porque, enfim, não será o pecado parte intrínseca de se ser humano? Na companhia da sua mulher terrena, Satanás parte para uma quinta, apostado em fazer de uma exemplar vida cristã, dedicada ao trabalho na Terra, à procriação e ao amor ao próximo (mesmo ao cínico latifundiário Ants), apanágio do dia-a-dia. Mas a missão não será tão fácil quanto parece. Sátira delirante tornada em reflexão sobre a vida, a morte e Deus quase à maneira de Dreyer, numa adaptação ao cinema de um romance de 1939 assinado por A. H. Tammsaare, um dos principais nomes da literatura estónia.
consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui