28/12/2022, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
No seu filme MGM com Joan Crawford (que ia no sétimo e último dos títulos em que contracenou com Franchot Tone), Arzner adapta uma peça de Ferenc Molnar, mais conhecido como autor de
Liliom (peça de 1909, adaptada ao cinema por Michael Curtiz ou Fritz Lang), e diverte-se nos Alpes suíços, por montanhas e lagos. História de reflexos e aparências de tom romântico-ligeiro-melodramático, THE BRIDE WORE RED joga com as convenções e os papéis sociais numa intriga recheada de reviravoltas, esgrimida entre aristocratas e plebeus, e distintiva na sua perspetiva feminina. O estúdio queria uma “versão Cinderela”, a que a realizadora respondeu trocando as voltas. “THE BRIDE WORE RED é uma bofetada cinematográfica na cara do cinismo do mantra da idade de ouro [de Hollywood], ‘o dinheiro antes da arte’, inteligentemente disfarçado como mais um dramalhão interclassista” (Nicholas Butler,
Senses of Cinema). Não correu bem a Crawford nem a Arzner, de quem seria a penúltima longa-metragem, mas a ligação entre as duas manteve-se vida fora e foi com Crawford que Arzner filmou boa parte dos títulos publicitários que realizou para a Pepsi Cola em finais dos anos 1950. Na Cinemateca, foi apresentado em 1992, numa retrospetiva Joseph L. Mankiewicz (produtor de Arzner para a MGM), e em 2008 na “História Permanente do Cinema”.
consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui