06/12/2022, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
O Cinema Clássico de Dorothy Arzner
Merrily We Go to Hell
Quando a Mulher se Opõe
de Dorothy Arzner
com Sylvia Sidney, Fredric March, Adrianne Allen, Richard “Skeets” Gallagher, Cary Grant
Estados Unidos, 1932 - 83 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Um filme da década de 1930 pré-código Hays realizado por Dorothy Arzner, cujo título vem de uma fala de Fredric March e que deu brado pela incorreção política, extensível às linhas do argumento em que há, alcoolismo, romance, casamento, gravidez, adultério, abuso: em MERRILY WE GO TO HELL Sylvia Sidney é uma jovem rica que casa com um jornalista-dramaturgo alcoólico, a quem a dada altura propõe que mantenham “um casamento moderno” em que a infidelidade dele tenha o reverso da dela. A relação das personagens é turbulenta, o filme é espampanante. Então quase desconhecido, Cary Grant surge no papel da conquista mais sedutora de Sidney. Foi a última realização de Arzner na Paramount. Mostrado pela primeira vez na Cinemateca em dezembro de 2019 num “double bill” (com LES AMOUREUX SONT SEULS AUX MONDE de Henri Decoin), é apresentado em cópia digital.
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06/12/2022, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Cinema Clássico de Dorothy Arzner
Get Your Man
À Procura de Um Noivo
de Dorothy Arzner
com Clara Bow, Charles Rogers, Josef Swickard, Josephine Dunn, Harvey Clark
Estados Unidos, 1927 - 60 min
mudo, com intertítulos em inglês legendados eletronicamente em português | M/12
acompanhado ao piano por Filipe Raposo
Depois de FASHIONS FOR WOMEN e TEN MODERN COMMANDMENTS (os filmes de estreia, também de 1927), a terceira produção Famous Players-Lasky (Paramount) de Arzner é o primeiro dos títulos subsistentes da sua filmografia na realização (a que falta material e que foi recuperado em anos recentes pela Library of Congress). No registo da comédia romântica, de irreprimível energia e um saudável sentido de humor desamarrado dos bons costumes, GET YOUR MAN é o filme em que Clara Bow é uma americana em Paris: Nancy apaixona-se pela personagem interpretada por Charles “Buddy” Rogers (então conhecido como “o namorado da América”), com quem se cruza e volta a cruzar num mesmo dia de acasos, estando este comprometido desde miúdo com outra rapariga, não necessariamente interessada em tal noivado. A dança de pares envolve jovens pretendentes, os pais deles e a estonteante liberdade de movimentos de Bow, estrela cintilante do firmamento hollywoodiano dos anos 1920/30. Escreveu acertadamente Jeanine Basinger (a propósito de uma projeção do filme no San Francisco Film Festival 2017), “a ligeireza de GET YOUR MAN não impede que revele uma das marcas de Arzner – uma celebração do triunfo da sexualidade feminina”.
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07/12/2022, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Cinema Clássico de Dorothy Arzner
The Wild Party
Louca Orgia
de Dorothy Arzner
com Clara Bow, Fredric March, Marceline Day, Shirley O’Hara
Estados Unidos, 1929 - 77 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Conhecido como o primeiro
talkie de Clara Bow, o primeiro filme falado de Dorothy Arzner teve uma versão muda para distribuição em salas ainda não equipadas para “o sonoro”, embora a voz de Bow, e o seu sotaque de Brooklyn, tenham dado que falar. Para a história ficou o registo do nervosismo da atriz com as exigências inerentes à captação de som na rodagem e a solução encontrada pela realizadora que engendrou um microfone “com perche” (uma cana de pesca) que permitisse a movimentação de Bow nos cenários. Ambientada num colégio de raparigas, a história segue as personagens de Stella, a aluna mais popular (Bow), e do jovem atraente professor de antropologia (Fredric March, num dos quatro filmes em que foi dirigido por Arzner nos primeiros anos da sua carreira). “O uso expressivo da liberdade que a invenção de Arzner [o
boom microphone] permitiu à sua realização é aquilo que confere ao filme mais do que uma importância meramente histórica e tecnológica” (Luke Aspell,
Senses of Cinema, 2017).
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07/12/2022, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Cinema Clássico de Dorothy Arzner
Dance, Girl, Dance
Dança, Rapariga, Dança
de Dorothy Arzner
com Maureen O’Hara, Lucille Ball, Louis Hayward
Estados Unidos, 1940 - 89 min
legendado eletronicamente em português | M/12
O penúltimo filme de Dorothy Arzner (terceiro filme americano da irlandesa Maureen O’Hara) levou tempo a ser reconhecido como um filme protofeminista, além de um melodrama dos bastidores do
show business nova-iorquino. A interpretação de O’Hara é magnífica, como a de Lucille Ball, sendo a primeira a protagonista, no papel de uma jovem aspirante a bailarina clássica, e interpretando a segunda uma ambiciosa dançarina burlesca que mantêm uma relação de amizade-rivalidade, profissional e pessoal, reveladora das suas ambições de vida. A sequência mais célebre é um “one woman show” de Maureen O’Hara que interrompe um número burlesco em palco para desancar o machismo da plateia de homens e mulheres que se entretêm a desprezá-la mas acabam a aplaudi-la de pé. Fazendo o elogio de uma obra coreográfica que implica um estudo de conflitos a vários níveis, Carrie Rickey descreveu-o como um filme “tão subversivo e original como a mulher que o realizou”. Na Cinemateca, foi apresentado em várias ocasiões, a primeira das quais em 1995 (“120 Chaves para a História do Cinema”). A apresentar em cópia digital.
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09/12/2022, 19h30 | Sala Luís de Pina
O Cinema Clássico de Dorothy Arzner
Sehnsucht Nach Frauen: Dorothy Arzner (1897-1979)
“Pensando nas Mulheres: Dorothy Arzner”
de Katja Raganelli, Konrad Wickler
Alemanha, 1983 - 45 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Escrito e correalizado por Katja Raganelli, o documentário de produção alemã retrata postumamente Dorothy Arzner, desaparecida em 1979 na sequência de um acidente de automóvel. Raganelli reconstitui o invulgar percurso de Arzner a partir da visita à casa da realizadora, no deserto da Califórnia, em 1980. O material documental e fotográfico de Arzner, excertos de filmes e entrevistas a Esther Ralston concorrem para a composição do retrato de uma protagonista não canónica da história do cinema. A apresentar em cópia digital.
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