02/05/2025, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Zhivotut Si Teche Tiho...
O primeiro filme de Binka Jeliaskova foi corealizado com o seu marido, Hristo Ganev (argumentista de quase todos os filmes da realizadora), e inspira-se na própria experiência do casal enquanto resistentes
partisan, fervorosos defensores do projeto comunista e, depois, artistas dissidentes e desiludidos com a corrupção do novo regime soviético. A VIDA PASSA CALMAMENTE… retrata a evolução das cumplicidades que se estabelecem entre um grupo de jovens revolucionários, após a morte heroica de um dos seus camaradas num confronto com o exército nazi. Dez anos depois da guerra, um dos sobreviventes torna-se membro do parlamento e decide homenagear o amigo morto, erguendo-lhe uma estátua. Só que essa não é a prioridade, quando o desemprego e a pobreza grassam. Ao ver-se criticado por alguns dos seus antigos irmãos de armas, inicia uma purga. O comité central do Partido Comunista Búlgaro acusou o filme de “denegrir a memória dos
partisan”, banindo-o durante 33 anos (daí que só tenha sido visto em 1988). Apesar de invisibilizado, o filme antecipa os filmes de protesto polacos e o cinema da Nova Vaga Checa sendo, provavelmente, o primeiro filme do Bloco de Leste a expor o totalitarismo estatal e a retratar a falência do ideal comunista. Primeira exibição na Cinemateca.
A sessão repete no dia 6 às 15h30, na sala M. Félix Ribeiro.
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