A antiga e intensa relação da Cinemateca Portuguesa com a obra de Aki Kaurismäki ­– dedicámos-lhe em 2000 uma retrospetiva integral até essa data acompanhada de um pequeno catálogo e em 2005 o realizador regressou aqui na companhia do “nosso” Peter von Bagh para uma carta branca desenhada a quatro mãos – terá um novo momento em abril e novamente contando com a sua presença. Desta vez, o regresso a uma das por nós mais amadas filmografias do cinema contemporâneo é feita através de uma seleção de dez títulos retirados de diferentes momentos de um percurso marcado pela idiossincracia e pela consistência – alheia às modas do cinema mas subtilmente atenta ao mundo – que permitem que se fale de um estilo e universo distintamente “Kaurismäkianos”, complementada por uma escolha de dez filmes de entre as suas muitas afinidades eletivas. Cinéfilo como poucos outros cineastas (recorde-se que co-programou durante anos o lendário festival do Sol da Meia Noite), Kaurismäki convocou alguns dos seus mestres (e entre os muitos que ficaram de fora vale a pena lembrar ainda alguns que estão igualmente tão presentes ao longo da sua obra como os que estão nesta carta branca: Yasujiro Ozu, Luis Buñuel, Charles Chaplin, Buster Keaton, Jean-Pierre Melville..), mas também paixões mais inesperadas.