21/04/2023, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Uma sátira implacável e cruel, sob o efeito de Buñuel, acerca de um mundo ensandecido às portas do final da Segunda Guerra Mundial, mas de maneira alguma livre do espectro dos totalitarismos. Um oficial da Gestapo interrompe o iminente massacre dos pacientes de um asilo psiquiátrico, às mãos do exército nazi, com a missão de identificar, entre eles, um espião ao serviço das forças aliadas. Uma produção controversa desde a sua origem (para se preparem para esta produção, o realizador e os seus atores passaram algum tempo em asilos psiquiátricos da Estónia e Letónia), sujeita a inúmeras pressões políticas que redundaram na sua semiobscuridade ao longo da história e a um período longo de censura na União Soviética, tendo-se estreado em Moscovo somente em 1987. Para um crítico como Jaak Lõhus, trata-se do avô do cinema
arthouse estónio e, para um historiador como Lauri Kärk, é um dos raros momentos na História do cinema soviético em que um filme contém alguma forma de crítica aos regimes totalitários, em particular, ao soviético, o que explica a censura de que foi alvo.
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