23/05/2024, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o IndieLisboa
Retrospetiva MFA, Retrospetiva Kamal Aljafari e Director’s Cut
Illustrated Records | Une Chronique Américaine
duração total da sessão: 89 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Director’s Cut
ILLUSTRATED RECORDS
de Germaine Dulac
França, 1930 – 23 min
UNE CHRONIQUE AMÉRICAINE
de Alexandre Gouzou, Jean-Claude Taki
com Paulo Branco, Stéphane Tchalgadjieff
França, 2023 – 66 min
Nesta sessão apresentam-se algumas pérolas do arquivo há muito esquecidas. A primeira delas corresponde não a um, mas a três filmes: CELLES QUI S’EN FONT, CEUX QUI NE S’EN FONT PAS e UN PEU DE RÊVE SUR LE FAUBOURG, todos filmados por Germaine Dulac no verão de 1930. São três “telediscos” avant la lettre. Dulac, a grande realizadora do dito “Impressionismo Francês”, estabeleceu um contrato com uma editora de discos de vinil para realizar estes filmes, síncronos com os discos homónimos (a ideia era vender os vinis à porta da sala de cinema). Este exercício pioneiro do cinema sonoro ficou esquecido durante nove décadas, até que no ano passado a Fundação Pathé restaurou os filmes de modo que se pudesse, finalmente, ressincronizar a imagem com o som original dos discos. A segunda pérola não é tanto um filme, antes o argumento de um projeto nunca realizado de Michelangelo Antonioni, “Two Telegrams”. Este teria sido o segundo filme americano de Antonioni, depois de ZABRISKIE POINT. No início dos anos 80, Antonioni junta-se a Paulo Branco e começam a preparar a rodagem, escolhendo os locais e fazendo o casting (Woody Allen chegou a ser considerado para um dos papéis principais). Mas, subitamente, um AVC incapacita o realizador de prosseguir com o projeto. Até que dez anos depois, com outro produtor, tudo recomeça – e tudo volta a ruir. Eis a história de um guião amaldiçoado. Primeiras apresentações na Cinemateca.
23/05/2024, 19h30 | Sala Luís de Pina
A Cinemateca com o IndieLisboa
Retrospetiva MFA, Retrospetiva Kamal Aljafari e Director’s Cut
R21 Aka Restoring Solidarity
de Mohanad Yaqubi
Palestina, Bélgica, Catar, 2022 - 71 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Director’s Cut
Entre os anos 1960 e 80, um movimento de solidariedade internacional apoiou a causa palestiniana. Em particular, chegaram à Palestina vários grupos de ativistas militantes de esquerda vindos do Japão. O mais conhecido é o JRA (Japanese Red Army), no qual participava o cineasta Kōji Wakamatsu. Outro realizador japonês que dedicou grande parte da sua vida à causa palestiniana foi Masao Adachi. Em meados dos anos 2010, descobriu-se um grande acervo desses filmes militantes num apartamento no Japão, filmes produzidos por vários grupos internacionais, e todos legendados em japonês. Ao todo identificaram-se 21 bobines de película (daí o título “21 reels”), que o artista e cineasta palestiniano Mohanad Yaqubi foi convidado a identificar, catalogar, digitalizar e arquivar. Uma primeira versão desse trabalho foi apresentada, enquanto instalação, na Documenta 15 (em 2022), sendo que por pressão das autoridades israelitas, os filmes foram censurados e o artista foi obrigado a retirá-los – o que gerou enorme polémica. De modo a garantir a sua exibição, Yaqubi montou R21 AKA RESTORING SOLIDARITY onde, no processo de se mostrar as cópias, se faz também a pedagogia dos suportes analógicos e a importância da produção de um arquivo (para preservação da História e da memória coletivas).
23/05/2024, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o IndieLisboa
Retrospetiva MFA, Retrospetiva Kamal Aljafari e Director’s Cut
Os Homens que Eu Tive
de Tereza Trautman
com Darlene Glória, Arduíno Colassanti, Gracindo Júnior
Brasil, 1973 - 85 min | M/16
Director’s Cut
Com a presença de Tereza Trautman
Em 1973, quando realiza OS HOMENS QUE EU TIVE, Tereza Trautman tinha apenas 22 anos (ao ponto de, no dia da estreia, o segurança do cinema não a querer deixar entrar por ser aquele um filme para maiores de 18 anos). Precisamente pela sua juventude, Trautman fez de OS HOMENS QUE EU TIVE um filme revolucionário no modo como se libertou de todos os grilhões da moral e dos bons costumes. Darlene Glória interpreta Pity que, casada com Dode (Gracindo Júnior) há quatro anos, mantém uma relação aberta e consentida com Sílvio (Gabriel Archanjo), numa relação triangular. Até que Pity, ao começar a trabalhar numa produtora de documentários sobre as populações indígenas da Amazónia, se apaixona por Peter (Arduíno Colassanti), o montador do filme. O desejo salta de corpo em corpo, livre e solto. OS HOMENS QUE EU TIVE impõe-se como uma espécie de soft-core feminista que, nas poucas semanas em que esteve em exibição no Rio de Janeiro e Belo Horizonte, fez grande sucesso, até que, dois meses depois da estreia, foi proibido pela Ditadura Militar. Exibe-se agora numa belíssima nova cópia digital restaurada. Primeira apresentação na Cinemateca.
24/05/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o IndieLisboa
Retrospetiva MFA, Retrospetiva Kamal Aljafari e Director’s Cut
Campanha de Dinamização Cultural e Acção Cívica do MFA em S. Pedro do Sul | On Vous Parle du Brésil: Tortures | Tupamaros
duração total da projeção: 97 min | M/12
Campanhas de Dinamização Cultural e Acção Cívica do MFA
CAMPANHA DE DINAMIZAÇÃO CULTURAL E ACÇÃO CÍVICA DO MFA EM S. PEDRO DO SUL
Portugal, 1975 – 23 min
ON VOUS PARLE DU BRÉSIL: TORTURES
de Chris Marker
França, 1969 – 24 min / legendado eletronicamente em português
TUPAMAROS
de Jan Lindqvist
Suécia, Uruguai, 1972 – 50 min / legendado eletronicamente em português
Em ON VOUS PARLE DU BRÉSIL, Chris Marker entrevista um grupo de militantes revolucionários contrários à ditadura brasileira que suportaram e sobreviveram a tortura e brutalidade da opressão militar durante o final da década de 1960. Eles partilham as suas experiências sobre as prisões e os métodos de tortura por que passaram. TUPAMAROS é um documentário sobre a organização de guerrilha urbana de esquerda uruguaia com o mesmo nome. O documentário foi filmado durante o auge das suas operações, no seu seio. Contém as únicas imagens conhecidas da Prisíon Del Pueblo (a prisão dos Tupamaros). A abrir a sessão, a brigada militar das Campanhas de Dinamização Cultural e Acção Cívica do Movimento das Forças Armadas visita pela segunda vez a aldeia de Covas do Rio, em São Pedro do Sul, com o objetivo de apresentar as imagens captadas durante uma visita anterior de acompanhamento das obras em curso para a construção de estradas. Primeiras apresentações na Cinemateca. A exibir em cópias digitais.
24/05/2024, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o IndieLisboa
Retrospetiva MFA, Retrospetiva Kamal Aljafari e Director’s Cut
It’s a Long Way From Amphioxus | An Unusual Summer
duração total da projeção: 96 min
legendados em inglês e eletronicamente em português | M/12
Kamal Aljafari
Com a presença do realizador
IT’S A LONG WAY FROM AMPHIOXUS
de Kamal Aljafari
Alemanha, 2019 – 16 min
AN UNUSUAL SUMMER
de Kamal Aljafari
Palestina, Alemanha, 2020 – 80 min
O pai de Kamal Aljafari instalou, em 2006, uma câmara virada para a rua de forma a conseguir apanhar quem lhe estaria sempre a danificar o carro. Nessa tentativa, filma o bairro todo, as idas e vindas dos vizinhos, as dinâmicas mundanas em sociedade. Depois da morte do pai, o realizador constrói em AN UNUSUAL SUMMER uma narrativa através destas imagens captadas, ilustrando, narrando e contextualizando a vida em Ramla, um distrito palestiniano em Israel apelidado de “gueto”. Em IT’S A LONG WAY FROM AMPHIOXUS, filmado nas salas de espera de instituições de imigração de Berlim, tudo é reduzido a algo estéril e sem empatia pela desumanizante burocracia, tornando pessoas números e histórias de vida em meros dados estatísticos.