Destacamos, do vasto leque de títulos, a exibição de AS ILHAS ENCANTADAS, de Carlos Vilardebó, já a partir de 1 de fevereiro, em Coimbra, Elvas, Évora, Funchal, Guimarães, Lisboa, Luxemburgo, Mealhada, Montemor-o-Novo, Porto, Porto Santo, Santarém, ao qual se acrescenta um ciclo na Cinemateca Portuguesa, onde exibiremos, pela primeira vez, um conjunto de videoclips rodados com Amália Rodrigues para a televisão francesa, uma exposição na Biblioteca Municipal de Marvila, em Lisboa, com fotografias de Augusto Cabrita, na rodagem do filme, em 1965, e a edição de um catálogo.
Ainda, e nos muitos títulos que se cruzam com a comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, apresentaremos A FUGA, de Luís Filipe Rocha (1978), que relata a fuga do preso político Dias Lourenço da fortaleza de Peniche, na abertura do Museu Nacional Resistência e Liberdade, seguindo-se exibições em Évora, Coimbra, Lisboa, Porto e Vila Franca de Xira, e ainda QUE FAREI EU COM ESTA ESPADA?, de João César Monteiro (1975), onde se pergunta se ainda acreditamos na democracia.
Na lista de títulos encontramos várias gerações de realizadores, todos eles participantes ativos de uma história do cinema português com muitas páginas ainda por escrever: Alfredo Tropa, António Veríssimo, Augusto Cabrita, Amílcar Lyra, António Campos, António de Macedo, Carlos Vilardebó, Daniel Del-Negro, Francisco Manso, Joaquim Pinto, João César Monteiro, João Mendes, Jorge Brum do Canto, Jorge Silva Melo, José Fonseca e Costa, José Leitão de Barros, Luís Filipe Rocha, Manuel Guimarães, Manuel Luiz Vieira, Manoel de Oliveira, Raquel Soeiro de Brito, Ricardo Costa, Ricardo Neto, Rita Azevedo Gomes, Solveig Nordlund, Teresa Prata ou Vicente Jorge Silva, para além de muitos autores de curtas-metragens, num mapa estético, narrativo e visual muitíssimo amplo que é, praticamente pela primeira vez, posto em perspetiva. Muitas das curtas-metragens serão exibidas, ainda, no programa CINEMAX, da RTP, até Junho, para além de ficarem, em grande parte, disponíveis na página da Cinemateca Portuguesa, através da Cinemateca Digital.
O programa inclui uma vasta seleção de curtas-metragens de realizadores que experimentaram no cinema modos de resistência, o que permite que possamos trabalhar os filmes em projetos de formação e educativos, nomeadamente com o Plano Nacional das Artes, o Plano Nacional de Cinema, a Escola das Artes – Universidade Católica do Porto, a Universidade da Beira Interior e a NOVA FCSH.
Ainda, ÚLTIMA VAGA vai contemplar a coorganização de 4 exposições, no Biblioteca Municipal de Marvila (Lisboa), Galeria Solar (Vila do Conde), MiMO – Museu da Imagem Movimento (Leiria), e Museu Marítimo de Ílhavo, onde os filmes dialogarão entre si, em dispositivos que expandem a sua relação com o espaço, os territórios onde se inscrevem e o cinema, e relacionando-os com as práticas sociais e laborais das comunidades piscatórias, bem como dos contextos políticos e económicos que as limitaram, durante grande parte do século XX, e sobre os quais o cinema foi testemunha denunciadora ou cúmplice.
O programa integra ainda a edição de 4 livros, entre eles um dedicado ao cinema de Manuel Faria de Almeida, realizador de CATEMBE (1965), coeditado com a Tinta da China, da autoria de Maria do Carmo Piçarra e que incluirá o filme; e a edição em DVD do filme OS FAROLEIROS, que inclui mais de duas horas de extras, e a gravação da partitura encomendada juntamente com o Batalha-Centro de Cinema ao compositor Daniel Moreira, interpretada pelo Quarteto Arditti.
A integralidade do programa será apresentada nas redes sociais da Cinemateca ao longo dos meses de fevereiro, março e abril.
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