Na conclusão do ciclo dedicado a Alberto Seixas Santos, vamos conversar com o homenageado sobre as suas obras, títulos fundamentais das últimas décadas, num diálogo continuado com o Portugal contemporâneo que faz do cinema um instrumento de pensamento.
Extravasando o âmbito da sua obra, o percurso de Alberto Seixas Santos está diretamente associado ao surgimento do Cinema Novo português na viragem das décadas de sessenta e setenta, remontando ao cineclubismo (com epicentro no ABC Cine-clube de Lisboa, de que foi dirigente e animador entre meados dos anos cinquenta e os anos sessenta) e passando pela crítica (entre meados dos anos cinquenta e a década de setenta, nos boletins do ABC e em jornais e revistas como Imagem, Seara Nova, O Tempo e o Modo, Diário de Lisboa, Diário Popular, Letras & Artes, M – Revista de Cinema), pelo ensino (foi professor da ESTC-Escola Superior de Teatro e Cinema entre 1980 e 2003, tendo sido responsável pela escola piloto que lhe deu origem, no âmbito do Conservatório Nacional em 1973) e pela programação de cinema (de modo inestimável nos anos oitenta, como diretor de programas na RTP, em que foi responsável pela programação de cinema), atividades em que deixou marcas fortes e fizeram dele um dos espíritos mais influentes no meio do cinema português.