Sem ser exatamente um remake de CHARULATA (1964), este filme segue uma trama narrativa muito próxima daquela obra-prima. A CASA E O MUNDO é uma obra de uma complexidade magnífica sobre a História. Na vacilação entre o antigo e o novo, entre o fluxo vital da revolta e a imobilidade da casta, Ray desnuda totalmente os debates modernos: a necessidade individual contra o destino coletivo, o terrorismo. Cruelmente, tudo se inverterá: “Aquele que não acredita na História vai imolar-se aos seus pés, enquanto o profissional da política escapa como uma enguia. E, como sempre, o pincel de Ray concentra-se num magnífico retrato de mulher” (Jacques Fieschi).