CICLO
Sessões Julho 2013


Em julho, final de temporada antes da habitual pausa do mês de agosto, a programação da Cinemateca não foge, na sua estrutura, ao modelo seguido nos últimos meses. Repetimos o que temos dito em programas recentes: historicamente, por natureza e essência, a programação desta Cinemateca – como da generalidade das cinematecas no mundo inteiro – organiza-se numa lógica de Ciclos e retrospetivas, de autor, temáticas, por cinematografias, encarando o cinema e a sua História, os diálogos e as rimas por eles sugeridos, em programas que procuram combinar apostas de maior ambição com rubricas regulares de programação. Assim pautada, uma programação deste tipo pretende ir construindo uma história cujo sentido e dimensão existem tanto no plano do conjunto de cada uma das iniciativas como no do desenho mais abrangente que a cada mês se sugere. É por isto, pela proposta continuada de um ponto de vista, afirmativo ou questionador, entre a descoberta e a redescoberta, que distingue a programação de uma Cinemateca do de uma simples “sala de reprise”.
A realidade actual obriga-nos a mudar a regra: sem condições para continuar a cumprir o padrão desejável, a programação da Cinemateca assume essa impossibilidade, sem prescindir de propor as suas sessões – cinco por dia, seis dias por semana. Julho de 2013 será, portanto, mais uma vez, um mês “de avulsos” – sem abdicar, “apesar de tudo”, de um desejo de variedade, riqueza e, mesmo, descoberta, que fica expresso nos muitos títulos e textos que se seguem.
Algumas excepções a esta regra existem, por norma resultantes de colaborações e parcerias com entidades externas. É o caso, nomeadamente, do Ciclo “Made in Hollywood”, organizado em parceria com a Fundação D. Luís I por ocasião de uma exposição de um vasto conjunto das fotografias da célebre coleção Kobal; de “Olhares sobre Angola”, resultante de uma colaboração entre a Cinemateca, a Associação Il Sorpasso e a Mukixe Produções; e de “Cuba Libre”, dois dias de filmes cubanos possibilitados pela colaboração da Embaixada de Cuba em Portugal e do Teatro do Bairro com a Cinemateca. Para além, naturalmente, de uma série de outras sessões cujas identidade e perfil nascem de colaborações com entidades externas, e com cineastas e produtores portugueses – como sucede para o caso da ante-estreia do aguardado A BATALHA DE TABATÔ, de João Viana. Finalmente, menção ainda a rubricas regulares como “Uma Questão de Carácter", que este mês acolhe Álvaro Garcia de Zúñiga, e para as “Escolhas de Alberto Seixas Santos”, que em Julho contemplam MOUCHETTE, de Robert Bresson, em sessão, como habitualmente, apresentada por Seixas Santos.
Em agosto, como acontece todos os verões, as salas da Cinemateca interrompem as sessões públicas.
 

 
31/07/2013, 21h30 | Sala Dr. Félix Ribeiro
Ciclo Sessões Julho 2013

Week-End
Fim-de-Semana
de Jean-Luc Godard
França, Itália, 1967 - 102 min
 
31/07/2013, 22h00 | Sala Luís de Pina
Ciclo Sessões Julho 2013

Tangos, el Exilio de Gardel
Tangos, o Exílio de Gardel
de Fernando E. Solanas
Argentina, França, 1985 - 120 min
31/07/2013, 21h30 | Sala Dr. Félix Ribeiro
Sessões Julho 2013
Week-End
Fim-de-Semana
de Jean-Luc Godard
com Jean Yanne, Mireille Darc, Jean-Pierre Léaud
França, Itália, 1967 - 102 min
legendado em português

Segundo Godard, um filme "perdido no cosmos" e "encontrado no ferro velho". Em forma de antecipação, WEEK-END é a mais radical parábola sobre a civilização de hoje. Reflexo do mal estar do seu tempo, o filme de Godard anunciava o Maio de 68. Um casal em férias, caos e drama ao longo da estrada (com um fabuloso e célebre plano-sequência de um travelling de dez minutos) e estranhos encontros com a história e a ficção (Saint-Just, Alice, Lautréamont, etc.).

 

31/07/2013, 22h00 | Sala Luís de Pina
Sessões Julho 2013
Tangos, el Exilio de Gardel
Tangos, o Exílio de Gardel
de Fernando E. Solanas
com Marie Laforêt, Philippe Léotard, Miguel Angel Sola, Marina Vlady
Argentina, França, 1985 - 120 min
legendado em português

Realizado por Fernando E. Solanas, figura de proa do Grupo Ciné Liberation, importante protagonista do cinema argentino da década de setenta, e coautor do Manifesto em defesa de um “Terceiro Cinema” cujas características se defendiam por oposição ao cinema de Hollywood e aos códigos vigentes da narrativa clássica. TANGOS, EL EXILIO DE GARDEL retrata a ditadura argentina e a sua violência. Primeira exibição na Cinemateca.