26/03/2025, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Cinema e Conrad, Conrad e o Cinema (I)
The Duellists
O Duelo
de Ridley Scott
com Keith Carradine, Harvey Keitel, Albert Finney, Edward Fox, Cristina Raines
Reino Unido, Estados Unidos, 1977 - 100 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Primeira longa-metragem de Ridley Scott, THE DUELLISTS baseia-se no conto sobre a época napoleónica The Duel, publicado na coletânea A set of six (1908), a propósito da qual o escritor dizia que todas as histórias eram “de ação” e “não de análise”. O duelo em causa são na verdade cinco: uma série de cinco confrontos entre os oficiais do exército napoleónico Feraud (Harvey Keitel) e D’Hubert (Keith Carradine), um republicano e o outro monárquico, ao longo de 16 anos, numa Europa em convulsão. Sustentado num efeito de acumulação, e portanto numa linearidade que já existe no conto, e trabalhando sobre a já referida natureza da escrita – por uma vez, “ação”, mais do que “análise” – o filme contorna à partida os habituais ardis da adaptação conradiana, normalmente decorrentes da intermediação (rememoração, reflexão…) que estrutura as narrativas. Fiel ao escritor numa história que nesse sentido, é “menos conradiana”, Scott aproxima-se também dele no que aqui é obviamente “mais conradiano” a saber, a ironia e (de novo) o absurdo de uma história de base real que se converte em imensa parábola da História. Primeira exibição na Cinemateca.
A sessão repete no dia 29 às 17h30, na sala M. Félix Ribeiro.
29/03/2025, 17h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Cinema e Conrad, Conrad e o Cinema (I)
The Duellists
O Duelo
de Ridley Scott
com Keith Carradine, Harvey Keitel, Albert Finney, Edward Fox, Cristina Raines
Reino Unido, Estados Unidos, 1977 - 100 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Primeira longa-metragem de Ridley Scott, THE DUELLISTS baseia-se no conto sobre a época napoleónica The Duel, publicado na coletânea A set of six (1908), a propósito da qual o escritor dizia que todas as histórias eram “de ação” e “não de análise”. O duelo em causa são na verdade cinco: uma série de cinco confrontos entre os oficiais do exército napoleónico Feraud (Harvey Keitel) e D’Hubert (Keith Carradine), um republicano e o outro monárquico, ao longo de 16 anos, numa Europa em convulsão. Sustentado num efeito de acumulação, e portanto numa linearidade que já existe no conto, e trabalhando sobre a já referida natureza da escrita – por uma vez, “ação”, mais do que “análise” – o filme contorna à partida os habituais ardis da adaptação conradiana, normalmente decorrentes da intermediação (rememoração, reflexão…) que estrutura as narrativas. Fiel ao escritor numa história que nesse sentido, é “menos conradiana”, Scott aproxima-se também dele no que aqui é obviamente “mais conradiano” a saber, a ironia e (de novo) o absurdo de uma história de base real que se converte em imensa parábola da História. Primeira exibição na Cinemateca.
31/03/2025, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Cinema e Conrad, Conrad e o Cinema (I)
La Ligne D`Ombre
de Georges Franju
França, 1973 - 86 min
legendado eletronicamente em português | M/12
De novo uma produção televisiva dirigida por um trânsfuga do grande ecrã, e de novo um cineasta de profunda originalidade, que, neste caso, sempre estivera associado a um realismo fantástico, atraído pelo surrealismo, e cujos filmes eram eles próprios “assombramentos”. Feita três anos antes do filme de Wajda que optámos por mostrar na abertura do ciclo, esta outra adaptação de The Shadow Line de Conrad por Georges Franju não pode suscitar outro sentimento que não seja uma imensa curiosidade. Na origem, a história de um navio amaldiçoado e de um homem isolado perante os seus fantasmas – uma história obrigatoriamente “de atmosfera”, concentrada no esvaziamento da ação e na exacerbação de uma tensão interior. Sobre isso, um autor para quem a “história” de um filme era muito menos importante do que a sua dimensão visual, e que tinha já ido muito longe na revelação do horror ou da estranheza no mundo “normal” que habitamos. Primeira exibição na Cinemateca. A exibir em cópia digital.