Um regresso ao teatro: prepara-se uma encenação de Hamlet, por um encenador de passado glorioso mas entretanto remetido ao esquecimento, e o filme segue a atriz a quem caberá interpretar o papel de Ofélia. Reconhecem-se elementos dos dois filmes anteriores de Biette (que são, tudo somado, os elementos centrais na generalidade da sua obra), mas LE CHAMPIGNON DES CARPATHES tem porventura a narrativa mais densa, mais intrincada, com múltiplas personagens numa teia de enigmas e segredos, sempre em variações de tom que cuidadosamente evitam todos os extremos (nunca abertamente dramático, nunca abertamente cómico), e cheio de reflexos da realidade daquela segunda metade dos anos 80: o “cogumelo dos Cárpatos” é um suposto antídoto para os malefícios das radiações induzidas por uma explosão numa central nuclear (óbvia referência ao desastre de Chernobil).
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