CICLO
Histórias do Cinema: Bernard Eisenschitz / Incertezas da Ficção e do Real


Bernard Eisenschitz, um dos críticos e historiadores do cinema mais conhecidos da sua geração, regressa à Cinemateca para uma nova série temática de sessões-conferência das Histórias do Cinema, a que deu o nome de “Incertezas da Ficção e do Real” e em que reuniu um conjunto de obras de autores diversos e de diferentes períodos da história do cinema. Ativo desde os anos sessenta, ligado à Cinemateca Francesa e aos Cahiers du Cinéma, Eisenschitz é autor, entre outros, de livros tão essenciais como Roman Américain: Les Vies de Nicholas Ray (1990), de Fritz Lang au Travail (2002) e Douglas Sirk, né Detlef Sierck (2022). Também participou na edição francesa das obras completas de Sergei Eisenstein e coordenou o catálogo do Festival de Locarno dedicado a Frank Tashlin. Bernard Eisenschitz inaugurou as Histórias do Cinema, em setembro de 2011, com cinco sessões-conferência sobre Chaplin, voltando a esta rubrica para falar de Carl Th. Dreyer (novembro de 2015), Nicholas Ray (fevereiro de 2016) e
“O Trabalho do Realizador” (2018).
 
 
27/11/2023, 18h00 | Sala Luís de Pina
Ciclo Histórias do Cinema: Bernard Eisenschitz / Incertezas da Ficção e do Real

Istoriya Grazhdanskoy Voyny
“História da Guerra Civil”
de Dziga Vertov
Rússia, 1921 - 94 min
 
28/11/2023, 18h00 | Sala Luís de Pina
Ciclo Histórias do Cinema: Bernard Eisenschitz / Incertezas da Ficção e do Real

The Silent Village | Le Six Juin à L’aube | L’Ambassade
duração total da projeção: 115 min
29/11/2023, 18h00 | Sala Luís de Pina
Ciclo Histórias do Cinema: Bernard Eisenschitz / Incertezas da Ficção e do Real

Paris 1900
de Nicole Vedrès
França, 1948 - 83 min
30/11/2023, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Histórias do Cinema: Bernard Eisenschitz / Incertezas da Ficção e do Real

Namay-e Nazdik
Close-Up
de Abbas Kiarostami
Irão, 1990 - 98 min
30/11/2023, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo Histórias do Cinema: Bernard Eisenschitz / Incertezas da Ficção e do Real

Pasazerka
“A Passageira”
de Andrzej Munk
Polónia, 1961 - 61 min
27/11/2023, 18h00 | Sala Luís de Pina
Histórias do Cinema: Bernard Eisenschitz / Incertezas da Ficção e do Real
Istoriya Grazhdanskoy Voyny
“História da Guerra Civil”
de Dziga Vertov
Rússia, 1921 - 94 min
mudo, com intertítulos em russo e legendas eletrónicas em português | M/12
sessões-conferência

as intervenções de Bernard Eisenschitz serão feitas em francês
Um exemplo por excelência do cinema agitprop russo, e um dos primeiros filmados por Dziga Vertov, este documentário mostra os violentos episódios da guerra civil que se seguiu à revolução comunista na Rússia. Louvam-se os esforços dos bolcheviques no combate contra as forças contrarrevolucionárias do “exército branco” nos anos que se seguiram à revolução, mostrando-se também os confrontos existentes no próprio seio dos revolucionários. É, para além do mais, um retrato vivo da presença e da ação de figuras históricas que transformaram o mundo no século XX, entre as quais Trotski. Considerado perdido, destruído e cortado pelo próprio Dziga Vertov para reutilizar imagens noutros projetos, ISTORIYA GRAZHDANSKOY VOYNY pode ser apresentado, cem anos após a sua realização, graças ao metódico trabalho de reconstrução do académico Nikolai Izvolov, acompanhado por uma nova banda sonora interpretada pela Anvil Orchestra. A exibir em cópia digital.

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28/11/2023, 18h00 | Sala Luís de Pina
Histórias do Cinema: Bernard Eisenschitz / Incertezas da Ficção e do Real
The Silent Village | Le Six Juin à L’aube | L’Ambassade
duração total da projeção: 115 min
legendados eletronicamente em português | M/12
sessões-conferência

as intervenções de Bernard Eisenschitz serão feitas em francês
THE SILENT VILLAGE
de Humphrey Jennings
Reino Unido, 1943 – 36 min

LE SIX JUIN À L’AUBE
de Jean Grémillon
França, 1944-45 – 56 min

L’AMBASSADE
de Chris Marker
com Florence Delay, Roberto Matta, Carole Roussopoulos
França, 1973 – 22 min

Em THE SILENT VILLAGE, o aniquilamento da população da aldeia checa de Lidice (como represália pelo assassinato de Heydrich) é recriado como se tivesse acontecido no País de Gales, numa História alternativa em que os nazis tivessem ocupado a Grã-Bretanha. O “dia 6 de Junho de madrugada” do título do filme de Grémillon, foi em 1944, o “D-Day”, quando as tropas aliadas desembarcaram na Normandia, numa etapa decisiva da derrota alemã na Segunda Guerra Mundial. Grémillon, que era normando, quis “apenas atestar da maneira mais exata o estado da Normandia depois das batalhas do verão de 1944”, mas teve dificuldades com as autoridades militares americanas, que restringiram os seus movimentos, provavelmente para tentar ocultar a violência que a libertação da região fez sofrer aos seus habitantes. Pierre Kast considera o filme “um exemplo de lucidez e de sentido artístico na articulação de uma narrativa”. Grémillon também escreveu a música do filme e fez a sua locução. L’AMBASSADE surge como resposta de Chris Marker ao golpe de Estado de Pinochet em 1973 no Chile. O filme assume a aparência de umas filmagens em Super-8 supostamente encontradas numa embaixada, onde ativistas políticos se refugiaram após um golpe de estado militar. Mas os acontecimentos – e o cenário onde ocorrem – não são o que parecem à primeira vista. L’AMBASSADE é uma primeira apresentação na Cinemateca e será exibido em cópia digital.

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29/11/2023, 18h00 | Sala Luís de Pina
Histórias do Cinema: Bernard Eisenschitz / Incertezas da Ficção e do Real
Paris 1900
de Nicole Vedrès
com narração de Claude Dauphin
França, 1948 - 83 min
legendado eletronicamente em português | M/12
sessões-conferência

as intervenções de Bernard Eisenschitz serão feitas em francês
Documentário de montagem sobre a Paris da Belle Époque, com documentos filmados entre 1900 e 1914. O filme começa com a Exposição Universal de 1900 e mostra mudanças culturais e sociais, com imagens das grandes avenidas da capital, dos bairros proletários, das inundações de 1910, culminando na declaração de guerra e na partida dos soldados, em agosto de 1914. Um filme “pitoresco e satírico, mas finalmente profundo e refletido”, na opinião de Georges Sadoul. A exibir em cópia digital.

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30/11/2023, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Histórias do Cinema: Bernard Eisenschitz / Incertezas da Ficção e do Real
Namay-e Nazdik
Close-Up
de Abbas Kiarostami
com Abbas Kiarostami, Abolfazl Ahankhah, Mohsen Makhmalbaf
Irão, 1990 - 98 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12
sessões-conferência

as intervenções de Bernard Eisenschitz serão feitas em francês
CLOSE-UP é a história de um jovem sem emprego, Ali, que finge ser o realizador  Mohsen Makhmalbaf e que acaba por envolver uma família inteira no projeto de um filme, mas o seu jogo será descoberto... “Acho que é o meu melhor filme, receio que não conseguirei realizar outro com a mesma força (...) O que me marcou foi ele não ser um vigarista, mas um indivíduo obcecado pela imagem (...) A questão principal levantada pelo filme tem a ver (…) com a necessidade de um homem conseguir a estima e o reconhecimento social” (Abbas Kiarostami). A exibir em cópia digital.

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30/11/2023, 18h30 | Sala Luís de Pina
Histórias do Cinema: Bernard Eisenschitz / Incertezas da Ficção e do Real
Pasazerka
“A Passageira”
de Andrzej Munk
com Aleksandra Slaska, Anna Ciepielewska
Polónia, 1961 - 61 min
legendado em francês e eletronicamente em português | M/12
sessões-conferência

as intervenções de Bernard Eisenschitz serão feitas em francês
O último filme de Andrzej Munk, deixado incompleto devido à sua morte prematura num acidente, e concluído por Witold Lesiewicz, é defendido por muitos como a grande obra-prima do cinema polaco: num navio, uma mulher que fora guarda no campo de concentração de Auschwitz pensa reconhecer numa passageira uma antiga prisioneira do campo. O filme é uma dura reflexão sobre a relação entre carrascos e vítimas e sobre as mentiras da memória. Na opinião de Jorge de Sena, “A PASSAGEIRA” tem “uma naturalidade em exibir o horror e a sordidez como simples acontecimentos quotidianos (e eram-no lá), que nos faz sentir por dentro e dentro de um pavor que, nos documentários, é só choque cheio de piedade…”. O último texto de Sena sobre cinema foi escrito a propósito deste filme, em 1966, e enviado para a revista O Tempo e o Modo, onde não chegou a ser publicado, devido à censura.

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