18/05/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
24 Imagens – Cinema e Fotografia (I)
La Prisonnière
de Henri-Georges Clouzot
com Elisabeth Wiener, Laurent Terzieff, Bernard Fresson, Dany Carrel, Dario Moreno
França, 1968 - 106 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Figuras do fotógrafo
Rodado em pleno maio de 68, LA PRISONNIÈRE participa do espírito libertário do fim dos anos sessenta. Laurent Terzieff é o seu grande protagonista, um galerista e fotógrafo que "aprisiona" Elisabeth Wiener numa relação de cariz sadomasoquista. O último filme do autor de LE MYSTÈRE PICASSO, e que sucede ao problemático L'ENFER, é uma ficção atravessada por uma forte experimentação gráfica inspirada na modernidade das obras de arte que expõe.
18/05/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
24 Imagens – Cinema e Fotografia (I)
La Photographie Électrique à Distance | Max Fait de la Photographie | O Estranho Caso de Angélica
duração da projeção: 115 min | M/12
Figuras do fotógrafo
LA PHOTOGRAPHIE ÉLECTRIQUE À DISTANCE
de Georges Méliès
França, 1908 – 6 min / mudo, sem intertítulos
MAX FAIT DE LA PHOTOGRAPHIE
de Pathé frères (Lucien Nonguet, não creditado)
com Max Linder
França, 1913 – 13 min / mudo, sem intertítulos
O ESTRANHO CASO DE ANGÉLICA
de Manoel de Oliveira
com Pilar López de Ayala, Ricardo Trepa, Luis Miguel Cintra, Leonor Silveira, Isabel Ruth
Portugal, Espanha, França, Brasil, 2010 – 96 min
Um complicado sistema elétrico de transmissão de fotografia à distância constitui a grande surpresa da curta-metragem cujo décor é um inusitado estúdio fotográfico que convoca simultaneamente a magia da "fotografia espírita" e a magia do cinema de Méliès. Numa praia quase deserta da Côte d'Azur, Max Linder insiste em fotografar uma jovem rapariga à saída do banho, contra a vontade desta, uma ninfa que desaparece no mar para desespero de Max. O ESTRANHO CASO DE ANGÉLICA é a concretização de um projeto perseguido por Manoel de Oliveira ao longo de várias décadas (em 1988, em Alguns Projetos Não Realizados e outros Textos, a Cinemateca publicou o argumento de “Angélica”, originalmente escrito em 1952 e inspirado num episódio vivido pelo realizador). Mantendo o essencial da história então concebida, Oliveira adaptou-a ao século XXI: na Régua, um jovem fotógrafo é chamado para tirar o último retrato da jovem bela Angélica, falecida em dia de núpcias. Ao seu olho, por trás da objetiva da câmara fotográfica, a defunta parece sorrir, cheia de vida, na sala em que a família vela o seu corpo. A paixão apodera-se do fotógrafo, a partir daí captado pela imagem de Angélica, que dá o tom a um filme perturbador em que o desejo da imagem está de acordo com uma vontade de vida.
18/05/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
24 Imagens – Cinema e Fotografia (I)
Contacts | No Sex Last Night
duração total da projeção: 87 min | M/12
Álbuns Fotográficos
Por um imprevisto de última hora THE BALLAD OF SEXUAL DEPENDENCY, de Nan Goldin, não poderá ser exibido em nenhuma das duas sessões para as quais foi programado. Em sua substituição será mostrado NO SEX LAST NIGHT, de Sophie Calle e Greg Shephard. As duas sessões iniciam-se com CONTACTS, de William Klein, como anunciado.
CONTACTS
de William Klein
França, 1989 – 14 min / legendado eletronicamente em português
NO SEX LAST NIGHT
de Sophie Calle, Greg Shephard
França, 1992-95 – 73 min / legendado eletronicamente em português
CONTACTS é a primeiro de uma série de curtas-metragens documentais realizadas para televisão numa iniciativa de William Klein, em que fotógrafos reconhecidos são convidados a discorrer sobre a sua prática enquanto as imagens devolvem o resultado dela em planos que percorrem provas de contacto. No seu filme, Klein disserta sobre um rolo de película maioritariamente composto por imagens rejeitadas ou “não-fotografias”. NO SEX LAST NIGHT é um “road-movie” em que a fotógrafa Sophie Calle propõe a Greg Shephard, um quase desconhecido, que com ela atravesse a América. O resultado é um vídeo confessional realizado com duas câmaras e a duas vozes, que regista os pensamentos de cada um durante a mítica viagem “coast to coast” no contexto da filmagem da construção da relação de um casal e das suas imagens. Dedicado a Chris Marker e a Hervé Guibert, o escritor-fotógrafo que foi o autor de LA PUDEUR OU L’IMPUDEUR (1992) e que morreu poucos dias antes da viagem, evocado através de uma sucessão de imagens fixas. De LA JETÉE, Calle e Shephard herdam imagens congeladas, apresentadas de modo sequencial ou intercaladas com sequências filmadas, pelo que NO SEX LAST NIGHT joga-se permanentemente na fronteira entre a fixidez e o movimento interno e externo das imagens, em grande parte propiciado pela montagem.
19/05/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
24 Imagens – Cinema e Fotografia (I)
Alice in den Städten
Alice nas Cidades
de Wim Wenders
com Rüdiger Vogler, Yella Rottländer, Lisa Kreuzer
República Federal da Alemanha, 1974 - 110 min
legendado em português | M/12
Figuras do fotógrafo
A terceira longa-metragem de Wim Wenders, então com 28 anos, ilustra um género muito pouco europeu e muito americano, o “road movie”, a que o realizador voltaria em IM LAUF DER ZEIT / AO CORRER DO TEMPO. Em viagem de trabalho aos Estados Unidos num Chrysler, um jornalista retrata a paisagem americana numa sucessão de imagens, instantâneos tirados com uma câmara Polaroid. Conhece entretanto uma mulher que lhe confia a filha de nove anos – Alice, como a personagem de Lewis Carroll –, para regressar à Alemanha. No final, é Alice quem fotografa o fotógrafo que deixara de capturar imagens quando a conhece. É uma das obras mais célebres do Novo Cinema Alemão, que revelou toda uma nova geração de realizadores no início dos anos setenta. A apresentar em cópia digital.
21/05/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
24 Imagens – Cinema e Fotografia (I)
Rear Window
Janela Indiscreta
de Alfred Hitchcock
com James Stewart, Grace Kelly, Wendell Corey, Thelma Ritter, Raymond Burr
Estados Unidos, 1954 - 112 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Figuras do fotógrafo
Pode chamar-se-lhe um “filme de câmara”, de tal forma tudo se circunscreve à visão a partir da sala onde o protagonista, um fotógrafo imobilizado por um acidente que lhe deixa uma perna engessada (James Stewart), passa o tempo bisbilhotando a vida dos vizinhos até ao momento em que se depara com um crime. A notável articulação entre os espaços do interior do apartamento de Stewart e o pátio e as traseiras dos vizinhos é o resultado de um dos mais fabulosos trabalhos de “set designing” da história do cinema. É também um filme que convoca uma reflexão sobre o voyeurismo, em que a câmara fotográfica é um instrumento de observação mas também de ação.