11/05/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
24 Imagens – Cinema e Fotografia (I)
Films Chronophotographiques: “Oiseaux” | “Hommes Nus, Mouvements Divers” | Sauve qui Peut (La Vie)
duração total da projeção: 103 min | M/12
O fluxo, o instante
FILMS CHRONOPHOTOGRAPHIQUES: “OISEAUX” | “HOMMES NUS, MOUVEMENTS DIVERS”
de Étienne-Jules Marey, Georges Demenÿ
França, 1890-1904 – 2 min, 14 min / mudos, sem intertítulos
SAUVE QUI PEUT (LA VIE)
Salve-se Quem Puder
de Jean-Luc Godard
com Isabelle Huppert, Jacques Dutronc, Nathalie Baye
França, Suíça, 1980 – 87 min / legendado em português
Com argumento coescrito por Anne-Marie Miéville e Jean-Claude Carrière, “um filme composto por Jean-Luc Godard”. SAUVE QUI PEUT (LA VIE) marca, em 1980, o regresso de Godard ao circuito dito convencional do cinema, e é organizado como uma partitura musical em quatro andamentos (o imaginário; o medo; o comércio; a música). Manifestação de anticonformismo e uma nova forma de interrogar a matéria cinematográfica através das deambulações de um realizador de cinema, o filme trabalha a ideia do movimento pela sua decomposição, em fragmentos e por recurso à câmara lenta e à paragem momentânea do fluxo das imagens. A antecipá-lo na sessão, duas séries cronofotográficas “pré-cinema” de Étienne-Jules Marey, “Oiseaux” e “Hommes Nus, Mouvements Divers”.
11/05/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
24 Imagens – Cinema e Fotografia (I)
Contacts | No Sex Last Night
duração total da projeção: 87 min | M/12
Álbuns Fotográficos
Por um imprevisto de última hora THE BALLAD OF SEXUAL DEPENDENCY, de Nan Goldin, não poderá ser exibido em nenhuma das duas sessões para as quais foi programado. Em sua substituição será mostrado NO SEX LAST NIGHT, de Sophie Calle e Greg Shephard. As duas sessões iniciam-se com CONTACTS, de William Klein, como anunciado.
CONTACTS
de William Klein
França, 1989 – 14 min / legendado eletronicamente em português
NO SEX LAST NIGHT
de Sophie Calle, Greg Shephard
França, 1992-95 – 73 min / legendado eletronicamente em português
CONTACTS é a primeiro de uma série de curtas-metragens documentais realizadas para televisão numa iniciativa de William Klein, em que fotógrafos reconhecidos são convidados a discorrer sobre a sua prática enquanto as imagens devolvem o resultado dela em planos que percorrem provas de contacto. No seu filme, Klein disserta sobre um rolo de película maioritariamente composto por imagens rejeitadas ou “não-fotografias”. NO SEX LAST NIGHT é um “road-movie” em que a fotógrafa Sophie Calle propõe a Greg Shephard, um quase desconhecido, que com ela atravesse a América. O resultado é um vídeo confessional realizado com duas câmaras e a duas vozes, que regista os pensamentos de cada um durante a mítica viagem “coast to coast” no contexto da filmagem da construção da relação de um casal e das suas imagens. Dedicado a Chris Marker e a Hervé Guibert, o escritor-fotógrafo que foi o autor de LA PUDEUR OU L’IMPUDEUR (1992) e que morreu poucos dias antes da viagem, evocado através de uma sucessão de imagens fixas. De LA JETÉE, Calle e Shephard herdam imagens congeladas, apresentadas de modo sequencial ou intercaladas com sequências filmadas, pelo que NO SEX LAST NIGHT joga-se permanentemente na fronteira entre a fixidez e o movimento interno e externo das imagens, em grande parte propiciado pela montagem.
12/05/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
24 Imagens – Cinema e Fotografia (I)
Rear Window
Janela Indiscreta
de Alfred Hitchcock
com James Stewart, Grace Kelly, Wendell Corey, Thelma Ritter, Raymond Burr
Estados Unidos, 1954 - 112 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Figuras do fotógrafo
Pode chamar-se-lhe um “filme de câmara”, de tal forma tudo se circunscreve à visão a partir da sala onde o protagonista, um fotógrafo imobilizado por um acidente que lhe deixa uma perna engessada (James Stewart), passa o tempo bisbilhotando a vida dos vizinhos até ao momento em que se depara com um crime. A notável articulação entre os espaços do interior do apartamento de Stewart e o pátio e as traseiras dos vizinhos é o resultado de um dos mais fabulosos trabalhos de “set designing” da história do cinema. É também um filme que convoca uma reflexão sobre o voyeurismo, em que a câmara fotográfica é um instrumento de observação mas também de ação.
14/05/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
24 Imagens – Cinema e Fotografia (I)
Filmarilyn | Kvinnodröm
duração total da projeção: 97 min | M/12
Géneros do fotográfico
FILMARILYN
de Paolo Gioli
Itália, 1992 – 10 min / mudo, sem intertítulos
KVINNODRÖM
“Sonhos de Mulheres”
de Ingmar Bergman
com Eva Dahlbeck, Harriet Andersson, Gunnar Björnstrand, Ulf Palme
Suécia, 1955 – 87 min / legendado eletronicamente em português
No contexto experimental do trabalho sobre as imagens na pintura, na fotografia e no cinema de Paolo Gioli, FILMARILYN é uma homenagem a Marilyn Monroe construída a partir de imagens fotográficas da atriz apenas publicadas depois da sua morte. “Por vezes imagino que FILMARILYN possa ser um filme nunca realizado sobre ela, sobre a morte dela. [A partir de uma sequência de imagens impressas], o filme não é apenas puro movimento, imagem por imagem, é uma nova construção” (Paolo Gioli). Vemo-lo antes de KVINNODRÖM, um dos filmes de Ingmar Bergman da década de cinquenta, um dos menos conhecidos da sua conhecida obra, cuja história parte de um estúdio de fotografia: duas mulheres, uma proprietária de uma agência de moda e uma jovem modelo, viajam de Estocolmo para Gotemburgo para uma sessão fotográfica que se torna uma viagem de deceção amorosa a partir dos encontros paralelos de ambas com um velho cônsul e com um antigo amante. É um Bergman cujas ressonâncias antecipam PERSONA (1966).
14/05/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
24 Imagens – Cinema e Fotografia (I)
Blow-Up
Blow-Up – A História de Um Fotógrafo
de Michelangelo Antonioni
com David Hemmings, Vanessa Redgrave, Veruschka, Jane Birkin
Itália, Reino Unido, 1966 - 111 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Figuras do fotógrafo
O célebre filme de Michelangelo Antonioni, que captou a espírito da “swinging London” dos anos sessenta, a partir de um conto de Júlio Cortázar, é um espantoso exercício de reflexão sobre o ato de ver e sobre as possibilidades da representação fotográfica. As peripécias de um fotógrafo que, de ampliação em ampliação, descobre um crime, são o móbil da ação, em que o protagonista procura uma prova confrontando-se com uma imagem. BLOW-UP é o filme que fixa o face a face de um homem com uma fotografia.