Conforme nota publicada no jornal de dezembro, algumas das cópias a exibir neste Ciclo estão longe de corresponder aos standards exigíveis a uma exibição pública. De entre elas, há casos particularmente insuficientes para os quais se chama mais enfaticamente a atenção do público, como é o caso de THE FOUNTAIN OF YOUTH.
Pela sua raridade, relevância e pela impossibilidade de obter cópias de melhor qualidade - mas também pela própria questão da sua receção originalmente estar ligada ao contexto de um meio televisivo que tinha como se sabe muitas limitações técnicas - optámos por manter a sua programação no contexto deste Ciclo.
THE BASQUE COUNTRY
de Orson Welles
com Chris Wertenbaker, Lael Wertenbaker, Beñat Toyos
Reino Unido, 1955 - 27 min
THE QUEEN’S PENSIONERS
de Orson Welles
com Chris Wertenbaker, Lael Wertenbaker, Beñat Toyos
Reino Unido, 1955 - 27 min
THE FOUNTAIN OF YOUTH
de Orson Welles
com Chris Wertenbaker, Lael Wertenbaker, Beñat Toyos
Estados Unidos, 1958 - 27 min
Around the World with Orson Welles é uma série televisiva vergonhosamente negligenciada, dirigida por Welles, de seis episódios de meia hora, realizada na mesma altura que MR. ARKADIN para o mesmo produtor francês, Louis Dolivet, com uma notável variedade de tópicos. Embora variantes deste estilo de registo de viagem apareçam mais tarde na obra de Welles, este é, em muitos aspetos, o mais desenvolvido dos seus ensaios cinematográficos antes de F FOR FAKE e FILMING OTHELLO. A série nunca foi vendida à televisão americana, e há muitas razões para suspeitar que as razões deste fracasso tenham sido ideológicas: tanto implícita como explicitamente, a crítica da sociedade americana contida nas celebrações da vida no País Basco, Paris, Londres, Viena e Espanha é bastante óbvia” (Jonathan Rosenbaum). THE FOUNTAIN OF YOUTH, o primeiro piloto televisivo de Welles, é um ensaio sobre o narcisismo adaptado do conto de John Collier,
Youth in Vienna. “Pretendia inaugurar uma série de histórias curtas que Welles narraria e realizaria na primeira pessoa, ao estilo das suas séries radiofónicas
Mercury Theatre on the Air e
Campbell Playhouse”, mas com as suas técnicas radiofónicas inovadoras adaptadas à intimidade visual do novo meio”, escreveu Joseph McBride. “Welles descreveu-o como o seu único filme ‘concebido para a caixa’.” O produtor Desi Arnaz liderou a série, querendo que Welles fosse o anfitrião de todos os episódios: “Utilizámos imagens fixas e
hold frames, e muitas das coisas que hoje em dia são consideradas tão novas... Era quase uma técnica de banda desenhada e nunca tinha sido utilizada na televisão.” Grandes qualidades, tanto de conversa amistosa como de extrema ilusão formal, estão presentes nestes programas, todos girando em torno da figura e da oratória de Welles, todos entoando “I remain, as always, obediently yours”. A exibir em cópias digitais.
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